sexta-feira, 22 de maio de 2009

Longe é um lugar que não existe...




Lí essa história há alguns anos e me encantou por ser simples e ao mesmo tempo muito profunda... Agora com a proximidade do 12º aniversário da minha filha sentí vontade reler e compartilhar, postando-a no Blog...

Rae Hansen, uma menina às vésperas de seus cinco anos, convida o amigo Richard Bach para sua festa de aniversário. Confiante, ela o espera, apesar de saber que sua casa ficava além dos desertos, tempestades e montanhas…

Como Richard Bach chega até lá é narrado nessa história mágica. Este clássico continua a inspirar as relações de amizade que não mais dependem de tempo nem de espaço.

Quem já voou nas asas da gaivota encontrará aqui muitos pensamentos para compartilhar "até que finalmente acabará descobrindo que não precisa do pássaro para voar sozinho acima da quietude das nuvens" e "que as únicas coisas que importam são aquelas feitas de verdade e alegria". Segue abaixo um pequeno resumo dessa história…

"- Rae! Obrigado pôr me convidar para a sua festa de aniversário!". Sua casa fica a mil quilômetros da minha e viajo apenas pela melhor das razões... E uma festa para Rae é a melhor, e estou ansioso para estar ao seu lado.

Começo a viagem no coração do Beija-Flor, que há tanto tempo você e eu conhecemos...

Ele se mostrou amigo como sempre, mas ficou espantado quando lhe disse que a pequena Rae estava crescendo e que eu estava indo à sua festa de aniversário, levando um presente.

Voamos algum tempo em silêncio, até que finalmente ele disse:
- Não entendo muito bem o que você falou, mas o que menos entendo é o fato de estar indo a uma festa.
- Claro que estou indo à festa. - respondi. - O que há de tão difícil de se compreender nisso?
Ele ficou calado e só voltou a falar quando chegamos à casa da coruja:
- Podem os quilômetros separar-nos realmente dos amigos? Se quer estar com Rae, já não está lá?

- A pequena Rae está crescendo e estou indo à sua festa de aniversário com um presente. - falei para a coruja. Parecia estranho dizer "indo" depois da conversa com Beija-Flor, mas falei assim mesmo para que Coruja compreendesse.

Ela voou em silêncio pôr um longo tempo...
Era um silêncio amistoso, mas Coruja disse ao me deixar em segurança na casa da águia:
- Não entendo muito bem o que você falou, mas o que menos entendo é ter chamado sua amiga de pequena.
- Claro que ela é pequena, porque não é crescida - respondi. - O que há de tão difícil de se compreender nisso?
A Coruja fitou-me com os olhos profundos, cor de âmbar, sorriu e disse:
- Pense a respeito.

- A pequena Rae está crescendo e estou indo à sua festa de aniversário com um presente. - falei para Águia. Parecia estranho falar agora "indo" e "pequena", depois das conversas com o Beija-Flor e a Coruja, mas falei assim mesmo para que a Águia compreendesse.

Voamos juntos, subindo nos ventos das montanhas.

E Águia finalmente disse :
- Não entendo muito bem o que você falou, mas o que menos entendo é essa palavra aniversário.
- Claro que é aniversário. - respondi. - Vamos comemorar a hora que Rae começou e antes da qual ela não era. O que há de tão difícil de se compreender nisso?

A Águia curvou as asas para a descida e foi pousar suavemente sobre a areia do deserto.
- Um tempo antes de Rae começar? Não acha que é mais a vida de Rae que começou antes que o tempo existisse?

- A pequena Rae está crescendo e estou indo à sua festa de aniversário com um presente. - falei para o Gavião. Parecia estranho falar "indo", "pequena" e "aniversário", depois das conversas com Beija-Flor, Coruja e Águia, mas falei assim mesmo para que o Gavião compreendesse.

O deserto se estendia interminavelmente lá embaixo e ele finalmente disse:

- Não entendo muito bem o que você falou, mas o que menos entendo é crescendo.
- Claro que ela está crescendo - respondi. - Rae está mais perto de ser adulta, mais longe de ser criança. O que há de tão difícil de se compreender nisso?
O Gavião pousou finalmente numa praia deserta.
- Mais um ano longe de ser criança? Isso não me parece ser o mesmo que crescer.
E Gavião alçou vôo e foi embora.

Eu conhecia o bom senso de Gaivota. Voamos juntos, pensei com muito cuidado e escolhi as palavras, a fim de que, ao falar, a Gaivota soubesse que eu estava aprendendo:
- Gaivota, por que está me levando a voar para ver Rae, quando na verdade sabe que estou com ela?
A Gaivota sobrevoou o mar, as colinas, as ruas e pousou suavemente em seu telhado e disse:
- Porque o importante é você saber a verdade. Até saber, até realmente compreender, só pode demonstrá-la em coisas menores, com ajuda externa, de máquinas e pessoas e pássaros. Mas deve se lembrar sempre que não saber, não impede a verdade de ser verdadeira.

E a Gaivota se foi.

Richard Bach

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Ellen Cristina