quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Dever de Sonhar



Eu tenho uma espécie de dever, dever de sonhar, de sonhar sempre,
pois sendo mais do que um espetáculo de mim mesmo,
eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso.
E, assim, me construo a ouro e sedas, em salas
supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho
entre luzes brandas e músicas invisíveis.

Fernando Pessoa

(Dubrovnik)

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."

Fernando Pessoa

De que são feitos os dias dos poetas?


"De que são feitos os dias dos poetas?
De poesias, de alegria, de amor, de tudo o que for!
São feitos com o sorriso das crianças.
Com pequenas e doces lembranças,
Com o desabafo das dores,
Com a união de novos amores,
Com os infinitos desejos,
Com o desabrochar das flores,
E com o interesse de cada um dos leitores."

P.G.K.S.

Estava buscando na net um poema sobre "poetas" e encontrei esse poeminha muito fofo, em uma puplicação escolar. Ele foi escrito por menino de 13 anos, que bem poderia ser meu filho. E pasmem, essa minha afirmação não é só porque eu tenho uma filha na mesma idade que o pequeno poeta, ao ler o nome do autor e sua filiação quase caí pra trás ao descobrir que namorei o pai dele... Que mundo pequeno!!!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Morrendo de amor


Uma colega de trabalho está morrendo de amor. E o mais incrível é que ela se orgulha disso. Mostra a todos como está "secando" por amor, que as saias estão caindo, como os seus olhos estão fundos pela insônia, apesar dos dois comprimidos de rivotril que ingere todas as noites...

O namorado terminou com ela a cerca de um mês, e assim como tornava público todos os passos do namoro, através de um site de relacionamento, também tornou público o rompimento.

Ela morre, orgulhosamente, de amor... Acredito que morram de amor somente aqueles que não tinham vida antes de um relacionamento. Pois os bons amores nos preparam para a vida, e não para a morte.

Essa colega de trabalho não está passando pelo luto de uma mulher que perdeu o seu homem, mas pelo desespero de uma criança órfã.

A vida não é um bem tranferível, nem gociável, portanto, não pode ser delegada a terceiros. Aqueles que precisam dos outros para viver correm o risco de morrer no abandono.

Alguns dos meus amores me custaram noites mal dormidas, muitas lágrimas e soluços, e algumas vezes um pedaço do meu coração... mas nunca a minha vida.

Com tudo isso, amadurecí e dicidí que os homens que passassem pela minha vida dalí por diante seriam a cerejinha do meu sorvete, e nunca o sorvete. Até hoje repito isso como um mantra sagrado.

A cereja pode até tornar o sorvete mais bonito, porém, nunca será mais importante do que ele...

Essa colega precisa entender que a gente só ama realmente quando vive uma existência real, que se sustenta nos próprios pés... Uma vida deve ser melhorada pelo amor e não sustentada por ele.