terça-feira, 22 de novembro de 2011

Por do Sol no Mar Adriático


Revisitando a "Pérola do Adriático".

Dubrovnik


Amo esse texto do Amyr Klink. Pois na minha opinião uma das melhores coisas que existe é viajar por minha conta e risco... mas, para tanto, faz-se nescessária uma coragem que poucos possuem. Acredito que, tal como Amyr Klink, eu recebí esse legado do meu velho pai.

" Hoje entendo bem meu pai. Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver"

Amyr Klink

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Voyager of the Seas

Resumido em três palavras, porque em uma não há como fazê-lo: Maravilhoso, Luxuoso, Imponente!!!

Inveja

Algumas pessoas pensam que disfarçam tão bem a sua inveja que esta passa desapercebida... ledo engano.
Por mais que esta seja disfarçada, para mim é claramente perceptível, até mesmo se demonstrada através de um olhar.
Não sabem estes que a inveja nada mais é que uma declaração pública de inferioridade e incapacidade.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Grafite & Marília Dutra - Mamma Maria REMAKE


Alguns podem até pensar que eu tirei isso da camada pré- sal do baú, mas podem acreditar, ouví essa música duas vezes na Europa há umas três semanas... e adorei!!!
Sabe,além daquele delicioso sabor de ouvir nossa música lá fora, coisa que eu mais amo, tinha um gosto bom de nostalgia.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011




A vida escolhe a música, vira o disco,
determina nossos passos, mas eu não posso reclamar.
Nesses últimos tempos,
lindas canções têm me embalado e tirado para dançar.

Sabrina Davanzo

Dalida & Alain Delon - Parole Parole stereo legendado tradução (by gugaax)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Escolhas ruins - Quem não as fez que atire a primeira pedra



Ontem a noite, enquanto esperava um documentário sobre "Freddie Delicious Mercury" na Globo News, fiquei zapeando, tentando encontrar algo interessante para assistir... Já cansada de procurar, parei no Multishow, sei lá por qual motivo pois não costumo assistir esse canal, e naquele momento começava a reprise de um documentário sobre Amy Winehouse.

Talvez reapresentaram o programa, apesar de não mencionarem o fato, porque ontem, dia 14 de setembro, ela faria 28 anos, e teria saido assim do temido "clube dos 27"...

Então pensei: o que mais eu preciso saber sobre essa maluca, porra louca, bêbada, drogada que disperdiçou um puta talento??? Confesso que nunca morri de amores por ela.

Lembro da primeira vez que a ví cantando o seu hit "Rehabe" e pensei que fosse algum revival de uma daquelas divas dos anos 60, mas quando prestei atenção na letra na qual ela cantava a plenos pulmões que alguém queria levá-la para a uma clínica de reabilitação, mas que ela não iria, não, não, não... Pensei: de qual negra americana essa louca roubou essa voz maravilhosa???

Fiquei mesmo impressionada foi quando ela veio ao Brasil... não somente com o seu desrespeito ao público, suas quedas nos palcos por onde passou, os lapsos de memória que a faziam esquecer as letras das canções que a transformaram na mega estrela da música pop... o que mais me impressionou foi o fato das pessoas saírem do show dizendo que ela foi maravilhosa, que o show foi explêndido, apesar de "um ou outro contratempo". Minha nossa!!! Tenho certeza de que ela perderia qualquer concurso de calouros de quermesse se cantasse do jeito que se apresentou....

Mas... virou modinha ovacionar ou criticar Amy Winehouse, até para quem não sabia pronunciar corretamente seu sobrenome.

"Oh, lá vai a "AMY + QUALQUER COISA ININTELIGÍVEL", mais uma vez bêbada, drogada e com os peitos de fora..."

Acho que porque sou uma mãe de adolescente, já cheguei à meia idade e fiquei um tanto careta... tirando o delineador preto, que eu sempre usei e amo, eu detestava até mesmo aquele look da Amy: cabelos com aparência de sujos, roupas escrotas, tatuagens por todo o corpo, olhar perdido e nervoso em direção ao chão, sempre com um cigarro ou copo na mão...

Quem me conhece sabe o quanto eu detesto as modinhas...

Então eu me perguntava: porque alguém não pega essa garota e interna numa clínica, por mais que ela esperneie e grite com sua bela voz:"No, no, no... I won't go, go, go..."

Mas enfim, não estou aqui para dizer que a Amy era uma bêbada, drogada, miserável pois as revistas sensacionalistas e os portais de conglomerados fúteis, já se encarregaram disso. Tampouco gostaria de dizer o óbvio: o quanto seu som é bom e porque o é. Ele simplesmente o é. É elegante. Cheio de vida e com grande capacidade de aceitação.

Gostaria apenas de registrar que um documentário de uma hora e meia foi suficiente para que eu desconstruisse uma tonelada de conceitos prévios, para não dizer preconceitos...

Hoje eu vejo Amy Winehouse com o mesmo olhar condescendente que me olho no espelho, do alto dos meus quarenta e um anos...

Ela era apenas uma garota judia, gordinha (acreditem, ela era gordinha no início da carreira), falante, carinhosa, com grande nescessidade de aceitação, apaixonada por Frank Sinatra, que sonhava ser esposa e mãe, usava delineador preto, possuia um super-ultra-mega talento e que fez algumas escolhas ruins...

Exceto o fato de não ser judia, não possuir a genialidade musical que ela possuia, e que as minhas escolhas ruins não versavam sobre bebedeira e drogadição, eu, e a grande maioria das minhas amigas, foi exatamente assim igual a Amy...

Pois é... talvez não possuir um super-ultra-mega talento seja mesmo uma bênção.

PS: A propósito, o documentário do Freddie Mercury foi uma droga!!!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Luka - Tô nem aí [letra]


Quem nunca teve vontade de dizer isso a alguém??? Aqui vai em três idiomas: Tô nem aí!!!
E se preciso for, a gente desenha.

sábado, 6 de agosto de 2011

Piadinha...

"Mais de meio século de pura harmonia total naquele casamento.Daí ele morre e, não demora muito, ela também vai para o céu.
Lá encontra o marido e corre até ele:
- Queriiiiidoooooo! Que bom te reencontrar…..
- Não vem não! O trato foi : ‘ATÉ QUE A MORTE NOS SEPARE’. Vaza…"

Como diria o sábio Djavan:"amores gris"

segunda-feira, 9 de maio de 2011

"Aprendi o segredo da vida, vendo as pedras que sonham sozinhas no mesmo lugar"

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Pequenas Misses



Há uns dez anos um conhecido meu mostrou-me, todo orgulhoso, fotos da sua filhinha. A primeira coisa que notei foi que a criancinha, que tinha na época uns dois aninhos, estava com as minúsculas unhas das mãos pintadas de vermelho. Não se trava de um vermelho qualquer, era um "vermelho super cheguei"...

Foi quando ele me contou, ainda mais envaidecido, que a sua esposa, mãe da criança, fazia uma verdadeira via sacra tentando transformar a filha em modelo fotográfico ou colocá-la em algum comercial de TV. Enquanto isso, ela própria, a mãe da criança, não possuía emprego e nem profissão.

Eu que tenho uma filha na mesma faixa etária pensava: quem poderá livrar essa pobre criança de ser um brinquedo, lucrativo, nas garras dessa mãe psicopata???

Pois é, e quando pensei que já havia visto de tudo em termos de mães sem noção, lí sobre a pequena Bree...

Enquanto a maioria das meninas de 7 anos brinca com os batons da mãe, para Bree Evans, da mesma idade, "beleza" é coisa muito séria. E doentia.

A menina, que frequenta escola primária, recebe a cada dois meses aplicações de botox no rosto e faz preenchimento labial.

E não é só isso. A menina também já tem tatuagem definitiva na pele sob a sobrancelha.

A mãe, Sharon, de 33 anos, faz tudo isso em uma tentativa desesperada de fazer com que a filha seja famosa...

É a própria Sharon quem faz a aplicação dos produtos na filha - os médicos, naturalmente, recusaram-se. E também foi ela quem tatuou a criança - depois de ter aprendido a técnica com um ex-namorado.

Sharon diz querer que Bree seja tão famosa quanto a atriz Willow Smith, de 10 anos, filha de casal hollywoodiano Will e Jada Pinkett Smith.

"Testei o botox e o produto para preenchimento labial em mim mesma antes de aplicar na Bree. Ela ficou receosa, mas também muita animada em se parecer com uma estrela", disse Sharon, segundo o Jornal Sun.

As primeiras sessões da "terapia" foram em setembro. As duas moram em San Diego (Califórnia, EUA).

"Ela chorou um pouco, mas não poderia ficar mais feliz com os resultados", comentou a mãe.

Sharon termina:

"Ela é a minha menina e tenho que garantir que seja uma estrela. Eu sou a mãe dela, a empresária dela, a motivadora dela, a amiga dela".

Agora eu me pergunto: o que faz a justiça norte americana que ainda não suspendeu o poder familiar dessa maluca???

Maluquices à parte, eu entendo que em proporções moderadas, a vaidade infantil é perfeitamente normal e até reflexo de uma auto-estima positiva.

Porém percebo que a maioria das mães que se sentem vaidosas expondo as filhas em concursos de beleza ou inscrevendo-as para tentar carreira de modelo ou atriz mirim, não possuem elas mesmas carreira própria, são desleixadas com a própria aparência e têm baixa estima.

Talvez essas mulheres exercitem, equivocadamente, sua própria vaidade, e até sexualidade, ao observarem a filha ainda pequena assumindo um comportamento de mocinha, sem porém atentarem para o fato de que tal comportamento expõe a criança a uma situação de fragilidade e a olhares maliciosos com os quais ela não tem condições de lidar.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Eu não acredito em geladeiras de inox, mas acredito em viagens.


Flávia Mariano é uma jovem fantástica, linda, uma jornalista e escritora que fala de dilemas femininos e sobre mulheres reais, batalhadoras, aventureiras, que vivem em algum lugar do mundo. Ela está sempre maquiada e em cima de um belo salto alto.

Lí uma crônica em seu blog, e a seguir transcrevo alguns trechos, com a qual me identifiquei tão profundamente que parecia que os meus sentimentos haviam sido revelados a essa escritora e blogueira.

"Ontem, eu andava por uma loja de eletrodomésticos e pensava: uma passagem para tal lugar daria para comprar essa geladeira de inox.

Fui ficando meio nervosa, afinal tenho que mobiliar uma casa de cima abaixo. Do garfo ao pregador de roupas. Mas essa é outra história.

Tratei logo de sair da loja e fui ver outras coisas. Eu acredito no prazer que as viagens me trazem. Pessoas invejam, dizem que sou sortuda e bla, bla, bla, mas preferem ter uma geladeira de inox que gela o mesmo que uma branca.

Já eu não acredito em geladeiras, acredito em viagens, em viver enquanto está vivo"

Algumas pessoas perguntam: como você faz para viajar todo ano??? Elejo prioridades. Viagem, você só precisa fazer uma única vez, porque depois que você sente o tal “arzinho diferente” do Duty Free, danou-se. Você percebe que ver o mundo ao vivo é muito mais legal do que no computador. Que você volta melhor para você, para os filhos, para o trabalho. Sua vida rende muito mais.

Então, gostaria de informar para aqueles que pensam que eu tenho uma árvore de One Million Dólar no meu quintal, que se renova diariamente e, por isso, eu posso viajar o mundo sem fazer escolhas... Não. Não tenho."

Pois é... eu sou apenas alguém que prioriza a felicidade: entre possuir uma TV de Plasma e conhecer o mundo ao vivo e em cores reais, opto sempre pela segunda opção.

domingo, 1 de maio de 2011

The best that you can do ...


"I know it's crazy, but it's true:
If you get caught between the Moon and New York City
The best that you can do is fall in love"

Foto by Ellen

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Gram - Voce pode ir na Janela


Moral da história: Quem não se ama sempre se ferra.

A vida me ensinou...



A dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração;

Sorrir às pessoas que não gostam de mim,
Para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam;

Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar;

Calar-me para ouvir; aprender com meus erros.
Afinal eu posso ser sempre melhor.

A lutar contra as injustiças; sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo.

A ser forte quando os que amo estão com problemas;
Ser carinhoso com todos que precisam do meu carinho;

Ouvir a todos que só precisam desabafar;

Amar aos que me machucam ou querem fazer de mim depósito de suas frustrações e desafetos;

Perdoar incondicionalmente, pois já precisei desse perdão;
Amar incondicionalmente, pois também preciso desse amor;

A alegrar a quem precisa;

A pedir perdão;

A sonhar acordado;

A acordar para a realidade (sempre que for necessário);

A aproveitar cada instante de felicidade;

A chorar de saudade sem vergonha de demonstrar;

Me ensinou a ter olhos para "ver e ouvir estrelas",
embora nem sempre consiga entendê-las;

A ver o encanto do pôr-do-sol;

A sentir a dor do adeus e do que se acaba, sempre lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do meu ser;

A abrir minhas janelas para o amor;

A não temer o futuro;

Me ensinou e está me ensinando a aproveitar o presente,
como um presente que da vida recebi, e usá-lo como um diamante que eu mesmo tenha que lapidar, lhe dando forma da maneira que eu escolher.


Charles Chaplin

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Geraldo Azevedo - Dona da Minha Cabeça


Ahhhh Geraldo, eu acredito... rs... Essa musica é que é bonita, é bonita demais...

quinta-feira, 31 de março de 2011

Montanhas Dolomites - Dobbiaco


"Para saber quem somos, basta que se observe o que fizemos da nossa vida. Os fatos revelam tudo, as atitudes confirmam. O que você diz - com todo respeito - é apenas o que você diz. "

Martha Medeiros
Foto by Ellen

Cartinha de uma Cliente Arezzo

Princesas, adorei essa cartinha pois é um exemplo de cidadania.



"Querida Arezzo,

Eu sempre fui uma boa cliente para você. Apesar das vendedoras
esnobes, dos preços absurdos e das campanhas publicitárias cafonas, eu
sabia que valia a pena comprar os seus sapatinhos.

Ao longo de todos esses anos, foram pelo menos umas 20 sapatilhas,
mais scarpins e sandálias e até uma rasteirinha – a única que eu
tenho, imagine, logo eu que não uso rasteirinha! Tudo bem, eu sei que
não é muito e que tem gente que compra bem mais que eu, mas eu sou uma
jornalista pobrinha; se levar em consideração a despesa em relação ao
salário, olha, eu fui muito legal com você.

Aí um dia, eu comprei aquele scarpin de “couro” (cof, cof) preto.
Salto alto. Plataforma. Eu fico com mais de 1,80m com ele, Arezzo! Tão
bonito, tão confortável. Como (quase) tudo que você faz.

Justamente por ele me deixar tão alta, usei pouco; guardei essa
preciosidade de R$ 270,00 para ocasiões especiais – principalmente
quando elas envolviam também o uso do meu vestidinho lindo da Saad.

Comprei o pequenino há dois anos. Usei cinco vezes, e poderia citar
todas elas aqui. Durante todo esse tempo, ele ficou guardado no
saquinho dele, na caixinha dele. Como muitos outros sapatos lindos que
eu tenho, sabe?

Mas tem uma diferença entre os meus sapatos lindos e o seu scarpin.
Sabe qual? Eles não se desmancharam. Pois é, Arezzo. Você sai por aí
vendendo sapatos que são supostamente de couro (afinal, por esse
preço!) e, depois de serem usados cinco vezes, eles desmancham,
revelando um tecido vagabundo pintado de tinta texturizada para imitar
couro. O sapateiro riu de mim. Riu.

Eu achei que você fosse me explicar isso, que fosse passar a mão na
minha cabeça, dizer que pedia desculpas e que isso não aconteceria
mais, que foi um erro, mas o que você fez? Me esnobou. “Não nos
responsabilizamos por sapatos comprados há mais de três meses.” Como
assim, Arezzo? Eu tenho sapatos Topshop, Sommer, tenho até Melissas
guardadas há mais tempo do que guardei esse scarpin, e sapatos usados
muito mais vezes que esse scarpin e que não se desmancharam!

É por isso, Arezzo, que eu quero que você vá se danar.

Sabe o que eu fiz hoje? Eu comprei um scarpin seu. No Paraguai. Por R$
40,00. Ok, deve ter algum pequeno defeito, mas se é pra se desmanchar
mesmo, né? Que seja a preço de pano pintado.

Se é como lixo que você vai me tratar, então é assim que vai
funcionar. E prepare-se, porque eu vou espalhar essa história e ainda
contar para todas as pessoas que eu conheço que tem Arezzo no Paraguai
a preço de Moleca. Aliás, nem a minha Moleca se desmanchou como a
porcaria do seu scarpin.

Então, é isso. Passe bem com as suas vendedoras esnobes, suas
sapatrocidades cor de caneta marca-texto e seus sapatos de pano
mentirosos. A mim, você não engana mais.

Atenciosamente,"

Fabiane Ariello

Dobbiaco

"Quando olho para o meu passado, encontro uma mulher bem parecida comigo - por acaso, eu mesma - porém essa mulher sabia menos, conhecia menos lugares, menos emoções."

Martha Medeiros

Perder a viagem



"Você pede ao patrão para sair mais cedo do trabalho, pega um ônibus lotado, vai para um consultório médico que fica no centro da cidade, gasta seus trocados, seu tempo e seu humor, e, ao chegar, esbaforido e atrasado, descobre através da secretária que sua hora, na verdade, está marcada para semana que vem. Sinto muito, você perdeu a viagem.

Todo mundo já passou por uma situação assim, de estar no lugar errado e na hora errada por pura distração. Acontecendo só de vez em quando, tudo bem, vai pra conta dos vacilos comuns a qualquer mortal. O problema é quando você se sente perdendo a viagem todos os dias. Todinhos. É o caso daqueles que ainda não entenderam o que estão fazendo aqui.

Estão perdendo a viagem aqueles que não se comprometem com nada: nem com um ofício, nem com um relacionamento, nem com as próprias opiniões. Estão sempre flanando, flutuando, pousando em sentimento nenhum, brigando por idéia nenhuma, jamais se responsabilizando pelo que fazem, pois nada fazem. Respirar já lhes é tarefa árdua e suficiente. E os dias passam, e eles passam, e nada fica registrado, nada que valha a pena lembrar.

Estão perdendo a viagem aqueles que, em vez de tratarem de viver, ficam patrulhando a existência alheia, decretando o que é certo e errado para os outros, não tolerando formas de vida que não sejam padronizadas, gastando suas bocas com fofocas, seus olhos com voyeurismo, sem dedicar o mesmo empenho e tempo para si mesmo.

Estão perdendo a viagem aqueles preguiçosos que levam semanas até dar um telefonema, que levam meses até concluir a leitura de um livro, que levam anos até decidir procurar um amigo. Pessoas que acham tudo cansativo, que acreditam que tudo pode esperar, que todos lhe perdoarão a ausência e o descaso.

Estão perdendo a viagem aqueles que não sabem de onde vieram nem tentam descobrir. Que não sabem para onde ir e nem tentam encontrar um caminho. Aqueles para quem a televisão pode tranqüilamente substituir as emoções.

Estão perdendo a viagem aqueles que se entregam de mão beijada às garras do tédio."

Martha Medeiros

quarta-feira, 30 de março de 2011



"A viagem não acaba nunca. Só os viajantes acabam. E mesmo estes podem prolongar-se em memória, em lembrança, em narrativa. É preciso recomeçar a viagem. Sempre."

José Saramago

segunda-feira, 28 de março de 2011

NEW YORK,NEW YORK- FRANK SINATRA




Comece a espalhar a notícia,
Estou partindo hoje.
Eu quero ser parte dela,
Nova Iorque, Nova Iorque.

Estes sapatos de vagabundo,
Estão desejando passear
Exatamente através do coração autêntico dela,
Nova Iorque, Nova Iorque

Eu quero acordar na cidade
Que nunca dorme,
E descobrir que sou o rei do pedaço,
O maioral.

Estes blues de pequenas cidades do interior
Estão longe do enternecimento.
Eu farei um novo recomeço nela,
Na velha Nova Iorque.

Se eu conseguir lá,
Eu farei em qualquer parte.
Só depende de você,
Nova Iorque, Nova Iorque.

Nova Iorque, Nova Iorque.
Eu quero acordar na cidade
Que nunca dorme,
E descobrir que sou o número um,
No topo da lista,
Rei do pedaço,
O número um.

Estes blues de pequenas cidades do interior
Todos estão longe do enternecimento

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Suspirando de saudade do céu e do mar de Veneza...




A saudade que estou sentindo de Veneza me fez querer partilhar duas das coisas que mais amo na vida: História e viagem...

Veneza é uma das cidades mais belas que já visitei e a Ponte dos Suspiros é um dos ´lugares mais visitados.

O nome "Ponte dos Suspiros" nos sugere uma história romântica, mas não foi nenhum romance que deu origem ao nome de uma das pontes mais fotografadas de Veneza, juntamente com a Ponte Rialto.

Na verdade, a pequena ponte, construída em 1602, ligava as salas de interrogatorio do Palácio Ducal à prisão que ficava no prédio que podemos ver à direita. Nos subterrâneos da prisão existiam masmorras que, com frequencia, eram alagadas pelas marés. Era um lugar de dor, sofrimento e morte.

As pessoas alí encarceradas eram conduzidas ao tribunal do Palácio Ducal para serem julgadas, e depois executadas, através da pequena ponte suspensa.

Conta-se que a passagem pela ponte era a última oportunidade que os prisioneiros tinham de ver, ainda que rapidamente, o mar e o céu de Veneza, daí os suspiros de tristeza dos condenados.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Encontro com o passado - Que bom não ter mais nada a ver com ele.

"Nem sempre o passado provoca nostalgia. Às vezes, dar de cara com ele só traz alívio.

O sujeito está lá, feliz com a sua vida, quando recebe pela internet a foto de uma ex de olhos siderados, copo na mão, enroscada num cara no meio da balada. Ao ver as formas e o rosto conhecido, ele instantaneamente leva a mão à boca, num gesto de susto e autocomiseração.

Mas isso dura menos de um segundo.

É tempo suficiente para ele lembrar que não tem mais nada a ver com aquilo - que aquele furacão de álcool e extravagância já não é mais da conta dele.

Com um suspiro de gratidão indefinida, ele observa a imagem na tela enquanto lembra que a moça, embora linda e arrebatadora, era uma dor de cabeça que não dói mais nele.

Quem é capaz de se identificar com essa história?

Eu sou. E acho que muitos serão.

Cada um de nós já teve experiências de convívio carregadas de ambiguidade. Você gosta da pessoa, às vezes ama, mas, junto com as coisas que você deseja ou admira nela, percebe traços de personalidade, manias ou comportamentos que são simplesmente insuportáveis. É bom livrar-se deles, embora não seja gostoso separar-se do que você ama nas pessoas.

Eu, por exemplo, não suporto gente intolerante, arrogante, belicosa. Mas já convivi com isso bem de perto, numa pessoa que tinha qualidades admiráveis. Foi traumatizante. Desde que essa relação acabou, faço questão de acordar ao lado de gente com menos certezas e pedras na mão. Tem sido bom assim.

Com as mulheres acredito que acontece o mesmo.

Uma delas me dizia outro dia como foi chegar na casa de um amigo e dar de cara com o ex- namorado embriagado se comportando como um escroto na frente da nova namorada – exatamente como fazia com ela. “Deu raiva dele, deu pena da garota, mas a alegria de estar livre daquilo foi bem maior”, me disse a amiga.

Nem sempre é assim tão claro.

Às vezes o que está errado numa pessoa é como certos barulhos no carro que vão e voltam. Algo está lá, incomodando, mas você não consegue perceber o quê, exatamente. Apenas meses ou anos depois, já na condição de amigo, ou pelo menos de ex, fica claro, repentinamente claro, qual era a origem do ruído.

Você olha para a aquela mulher encantadora e falante e percebe a crônica incapacidade dela em se mover em qualquer direção.

Ou então se dá conta da tristeza, quase depressão, que emana dela e que pairava sobre a relação de vocês como uma névoa.

Ou então nota, por trás da polidez, a insistência dela em falar de si mesma, como se ninguém mais importasse.

Ou a frequência exasperante com que ela menciona fulano, um antecessor que já era antigo ao seu tempo, mas que parece não ter sido esquecido.

Nessas ocasiões, a gente entende por que acabou, por que não deu certo, por que não tinha de ser.

O tempo ajuda a perceber sutilezas. Ele nos ajuda a ver através das pessoas e raramente o mito delas resiste a esse olhar objetivo e desapaixonado.

É bom que seja assim.

Se o seu ex era um controlador ególatra ou um quarentão indolente que precisa de mãe, é importante perceber. Ajuda a olhar para frente. Faz com que a vida ande. Permite entender que as coisas que aconteceram no passado tinham lá seus motivos.

Permite olhar para a foto da ex na internet e dar uma boa gargalhada - sem o menor sentimento de perda."

(Ivan Martins escreve às quartas-feiras na revista Época)

Já namorei um quarentão indolente do tipo filhinho da mamãe e um controlador ególatra que tinha um tique esquisito de fazer uns ruídos estranhos com a boca... Uffa!!! Olho pra trás e sinto um baita alívio!!!
PS: Amo as quarta-feiras... Amo o Ivan por sua clareza e genialidade no uso das palavras.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Era uma vez...

...um sapo que pertencia a uma sapa... ou seria uma sapa que pertencia ao sapo??? Não sei, não importa... O importante é que eles pertenciam um ao outro, um ao mundo do outro.

E, mais importante ainda, eles se conheciam profundamente, se entendiam na maior parte do tempo, e, mesmo que duvidassem, eram almas-gêmeas-batráquias.

O problema surgia quando o sapo cismava em se transformar em príncipe...Aí ele enlouquecia!!!

O sapo chegou até a matricular-se certa vez em uma escola preparatória para príncipes, esforçou-se muito, tentou ter hábitos refinados, falar com voz de príncipe para que pudesse conquistar princesas...

Aliás, ele sonhava um dia encontrar uma princesa que o beijasse e o transformasse em um príncipe para sempre, fazendo com que ele se desligasse do seu passado sapístico, abrindo-lhe assim a porta da felicidade plena eterna e absoluta.

Mas, ao apagar das luzes, na escola preparatória para príncipes, o sapo sentia-se só, sentia muita falta de coachar alto, dos hábitos nada refinados que podia compartilhar com a sua sapa, sentia falta do lodo do seu lago, de jogar a lingua para fora para capturar moscas distraídas...

Sua essência era sapística. Ele nasceu sapo, cresceu sapo, aprendeu coisas de sapo, e a sua companheira sapa não se importava que ele fosse um sapo... afinal de contas, ela também era uma sapa.

Mas... o sapo vivia assim, loucamente perdido entre o desejo de se transformar em príncipe e a saudade da vida de sapo. Transitando entre dois mundos tão distintintos, tão distantes...

Vivia cheio de dúvidas e questionamentos: existe felicidade eterna e absoluta??? Como seria minha vida sem os cuidados da minha rechonchuda sapa ??? Quem engraxaria meus sapatos ou lavaria as minhas cuecas sujas??? A minha sapa faz isso tão devotadamente... A vida longe da lagoa não é assim tão tranquila, há riscos, requer esforço.

Assim, sempre que a saudade da vida de sapo era muito forte o sapo voltava para a casa, e a sua sapa o recebia com seus braços gordos abertos em seu nicho coberto de limo, com mosquinhas frescas para o jantar.

Quando o sapo se cansava da lagoa lodenta e desejava imprimir um pouco de cor e sonhos à sua vida, voltava a nutrir seu desejo de ser príncipe.

A sapa, apesar de repulsiva e desleixada, era paciente e dedicada ao sapo e sempre esperava ansiosa que ele abandonasse os seus devaneios de realeza. E o sapo, por sua vez, apreciava a dedicação e o cuidado maternal da sapa para com suas nescessidades.

A verdade é que ao lado da sua sapa o seu mundo era mais seguro e confortável... e principalmente previsível.

Mas, como todos nós sabemos, nem sempre é possível transitar "ad eternum" entre dois mundos... E, assim sendo, o sapo foi excluído definitivamente da escola de príncipes e voltou para a sua lagoa e para os cuidados, maternais, da sua dedicada e zelosa sapa.

E assim viveram, como deveriam viver, para sempre...

Moral da história??? Ahhhh são muitas!!!

1º) Por mais que deseje, jamais poderá ter o melhor dos dois mundos;

2º)Nem sempre as histórias precisam ser de príncipes e princesas. Sapos também tem boas histórias;

3º) "E viveram felizes para sempre", simplesmente não cabe em histórias reais. As pessoas vivem como deveriam viver, no mundinho para o qual foram talhadas... E não há nada de errado nisso;

4º) A vida torna-se muito mais leve quando percebemos que não existem beijos mágicos, palavras de encantamento ou desencantamento... e que a chave da nossa felicidade está em nossas mãos;

5º) Se você tem essência de sapo, conforme-se: uma vez sapo, " forevermente" sapo;

6º) Para um sapo, por mais perfumado e acolhedor que seja o colo de uma princesa, o lugar mais seguro sempre será nos braços rechonchudos de uma sapa sem muitas ambições ou vaidades;

7º) Mais importante que ser sapo, sapa, príncipe ou princesa, é descobrir quem verdadeiramente somos.


Como bem disse Fernando Pessoa: "Sou o intervalo entre o meu desejo e aquilo que os desejos dos outros fizeram de mim".

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Se até os pokemons evoluem...

.


Por que aquele cara não???

Quando tal constatação diz respeito a um ex namorado ou ex marido, nos damos conta que aquele sujeito não era, nem remotamente, alguém com quem gostariamos de passar o resto de nossa vida.

Mas ainda assim é triste constatar que a terra girou, girou, girou... e o tal sujeito não viu porque vive de escapismos, devido a grande dificuldade que tem em lidar com a mediocridade que é a sua realidade, pulando de fantasia em fantasia, em seu mundinho virtual cuidadosamente concebido.

É incrível como o amor de 10, 5 ou até mesmo de 2anos atrás pode parecer incompreensível agora. É como um vestido que não serve mais, por ser curto demais, raso demais, desbotado demais...

Lí certa vez que, as grandes relações amorosas, pela sua intensidade e singularidade, e pelos sinais indeléveis que deixam em cada um de nós, funcionam como uma espécie de carbono 14 existencial, pois é com base nelas que voltamos no tempo e percebemos como estavamos de verdade e às quantas andava a nossa cabeça.

É quando me questiono: quem eu era quando me achava envolvida com aquele cara??? Na verdade não sei quem eu era, mas posso garantir que evoluí.

E é partir dessas considerações que me alegro ao perceber quantas coisas novas, quantos lugares novos e quantas caras novas entraram na minha vida nos últimos tempos.

Como bem escreveu outro dia um jornalista em sua coluna semanal: "é como reencarnar em vida..."

E a cada reencarnação em vida, a cada recomeço, eu me permito agregar mais gente realmente interessante, conhecer novos lugares, descobrir novos interesses, reciclar convicções, sempre com a certeza de que "o melhor da vida vai começar."