quinta-feira, 30 de abril de 2009

Unhas: seis soluções para tê-las saudáveis



Não é preciso ser vaidosa para fazer questão de manter as unhas sempre feitinhas e pintadas. Elas são nosso cartão de visitas em meio à correria do dia-a-dia, seja para aquela reunião importantíssima, para o aniversário da filha ou para complementar a produção da noite. Vermelhas ou discretas, curtas ou longas, redondas ou quadradas, com ou sem cutícula - as opções são inúmeras. Mas independentemente de seu estilo, uma coisa é certa: elas devem estar bem tratadas e saudáveis.

Unhas encravadas, manchadas, com micoses ou fracas são problemas freqüentes mas, escondidos sob o esmalte, acabam sendo adiados e se agravando. Portanto, sempre é hora de olhar as mãos com atenção e acabar de vez com estes inconvenientes. Alguns cuidados básicos podem garantir suas unhas bonitas e livres de complicações.

1 - Hidratação

Assim como nossa pele, as unhas também necessitam de hidratação. Para garantir que elas permaneçam saudáveis e fortes é preciso deixar a preguiça de lado e dedicar alguns minutos do dia para aplicar um hidratante. "Aproveite quando for hidratar as mãos e passe o produto também nas unhas. O único problema é o esmalte, que bloqueia a passagem dele", explica a dermatologista Ligia Kogos. Nesses casos, o ideal é esperar a noite anterior ao dia de fazer as unhas, retirar o esmalte e aplicar o creme. "Uma vez por semana já é suficiente", garante a médica.

Toda vez em que for à manicure, peça um hidratante antes da base


Para uma hidratação intensiva, é preciso deixar as unhas livres da pintura por pelo menos uma semana. "Por mais suave que seja o esmalte, ele sempre resseca as unhas. Portanto, toda vez em que for à manicure, peça para passarem um hidratante antes da base. Os melhores são os com efeito lubrificante, como os à base de lanolina, óleo de amêndoa, silicone, pantenol ou uréia", sugere a dermatologista.

2 - Livre-se das manchas

Manchinhas brancas, unhas amareladas. Probleminhas que cismam em aparecer, muitas vezes sem motivo aparente. E se a sua manicure vive dizendo que o problema são os esmaltes escuros que você anda escolhendo, saiba que as causas podem ser muitas. "No tempo em que as pinturas eram mais artesanais, isso era comum, um pigmento ou outro se depositava na unha. Mas os esmaltes foram aperfeiçoados e não costumam manchar", explica a dermatologista Ligia Kogos, lembrando que é fundamental usar um produto de qualidade.

Mesmo assim, para evitar possíveis marcas causadas pela coloração, a dermatologista Carla Góes Sallet recomenda alternar cores claras e escuras. "O uso muito contínuo de um mesmo esmalte pode fazer com que as unhas acabem se pigmentando, como acontece com os dentes em contato com café, chocolate ou refrigerantes", diz a Dra. Carla. Aliás, aquela história de que esmaltes escuros fortalecem a unha é pura lenda. "Não existe nada que comprove isso", acrescenta a médica.

Já as manchinhas brancas, que nossas mães diziam aparecer quando contávamos uma mentira, não têm culpa no cartório. "Geralmente são decorrência de pequenos traumatismos, como uma batida. O choque traumatiza a raiz e três meses depois aparece a mancha", explica Ligia Kogos. Quanto a isso, não há muito que fazer. Só ter paciência para esperar a unha crescer novamente.

3 - Micoses

"Qualquer pessoa pode ter micose. Como o tratamento é demorado, quanto antes se procurar um médico, melhor", avisa a dermatologista Carla Góes Sallet. Para ajudar a identificar rapidamente o problema, ela dá a dica. "Geralmente o canto da unha fica branco. Essa mancha então vai amarelando até ficar esverdeada", explica.

Apesar de mais freqüente nos pés, as micoses também podem atacar as mãos. Os pés, por estarem mais expostos a traumatismos, como topadas, costumam ter mais micoses. Mas todas são causadas por fungos e, como eles estão em toda parte, ninguém está livre.
De tratamento difícil - feito com medicação tópica e oral - e demorado, o melhor remédio continua sendo prevenir. "Evite condições que favoreçam o crescimento dos fungos, como ambientes úmidos. Quem mexe muito com água, lava muita louça, está mais suscetível.

4- Unhas fracas

Para dar uma força extra às unhas, todas as tentativas são válidas, mas em alguns casos não tem jeito. "Quem tem tendência a ter a unha fraca vai ser assim a vida inteira. Mas cuidados como fazê-las toda semana e lixar qualquer irregularidade, ajudam. Bases fortalecedoras que contenham formol também podem ser utilizadas, mas só na pontinha da unha", explica Dra Ligia Kogos, que em alguns casos indica o consumo de gomas de colágeno ou colágeno em pó para torná-las mais resistentes. Antes de tratar, porém, atenção aos sinais que o corpo dá. A dermatologista Carla Sallet adverte: "Unhas fracas: podem ser sintomas de várias doenças, portanto, toda mudança deve ser avaliada. É diferente de quem sempre teve o problema. Unhas que sofrem alterações, como estrias, devem ser observadas por médicos".

5- Encravou?

A manicure cortou demais, você foi dar uma cutucada e, pronto: encravou! O incômodo é grande e não tem mesmo muito jeito. Precisa esperar crescer. Para evitar que aconteça novamente, nunca deixe que cortem demais, principalmente nos cantos.

Pode parecer besteira, mas uma unha encravada é capaz de criar enormes complicações. A dermatologista Carla Góes Sallet relata: "Atendi uma menina de 12 anos que tinha cortado demais a unha do pé. Fechada no sapato, com o suor, infeccionou. Ela chegou aqui com o pé inchado e muito dolorido, e precisou tomar antibióticos por 10 dias".

Para quem tem uma unha que cisma em crescer para baixo, prendendo na pele, existe uma técnica para acabar com o problema. "É uma pequena cirurgia que modifica a direção do crescimento da unha. Realizada no consultório, com anestesia local, consta em colocar um suporte que levante a unha. À medida que ela vai crescendo, fazemos revisões, até que ela comece a seguir na direção desejada. Para quem vive com unhas encravadas e dor nos pés, é uma ótima opção", avalia Dra. Carla.

6- Higiene no salão

Afinal, por segurança, é preciso levar o próprio alicate para o salão? "Em um estabelecimento rigoroso, não há necessidade de se levar nada. Mas como nem todos os salões dispõem de kits descartáveis para as clientes, fique de olho", alerta a dermatologista Carla Góes Sallet. "Tanto lixas quanto palitos podem transmitir micoses, e os fungos se multiplicam muito rápido. Por isso, esse material deve ser descartável sempre e os alicates, esterilizados", acrescenta Dra. Carla, que, recentemente, realizou uma consultoria para as manicures da rede de cabeleireiro Studio W. "É complicado, pois as clientes fazem perguntas que elas não estão aptas a responder. As causas para os sintomas podem ser muitas, e devem ser sempre avaliadas por um dermatologista, nunca pela manicure", adverte a médica.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Um Dia...



descobrimos que beijar uma pessoa para esquecer outra é bobagem.
Você não só não esquece a outra pessoa, como pensa muito mais nela...

Um dia descobrimos que se apaixonar é inevitável...

Um dia percebemos que as melhores provas de amor são as mais simples...

Um dia percebemos que o comum não nos atrai...

Um dia saberemos que ser classificado como o bonzinho não é bom...

Um dia percebemos que a pessoa que nunca te liga é a que mais pensa em ti...

Um dia saberemos a importância da frase:
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas!!

Um dia percebemos que somos muito importantes para alguém, mas não damos valor a isso...

Um dia percebemos como aquele amigo faz falta, mas aí já é tarde demais...

Enfim... Um dia descobrimos que apesar de viver quase cem anos, esse tempo todo não é suficiente para realizarmos todos os nossos sonhos, para dizer tudo o que tem de ser dito...

O jeito é: ou nos conformamos com a falta de algumas coisas na nossa vida ou lutamos para realizar todas nossas loucuras...

Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação.

Mário Quintana

terça-feira, 28 de abril de 2009

Só se você for...


Em Londres um pub está fazendo sucesso porque instalou para seus clientes uma cabine telefônica com uma sonorização peculiar: enquanto a pessoa fala ao telefone, pode acessar o som de um congestionamento, com muito buzinaço.

Ou pode acessar o som de um ambiente de escritório. Toda essa parafernália é para que quem esteja do outro lado da linha não identifique o som do bar.

Assim o bebum pode dar uma desculpa esfarrapada e chegar em casa sem levar uma descompostura, afinal, estava trabalhando até tarde, o coitado, e ainda por cima ficou preso num engarrafamento depois.

Essa cabine telefônica com efeitos especiais só vem demonstrar que os bares andam muito moderninhos, mas os casamentos continuam parados no tempo, mesmo na vanguardista Inglaterra. "Só vou se você for" segue na moda. Enquanto isso a hipocrisia deita e rola.

Muitas pessoas ainda têm uma idéia convencional do casamento: encaminham-se para o altar como quem encaminha-se para o supermercado em busca de um produto pronto, industrializado, com um rótulo dando as instruções de como utilizá-lo, e parece que a primeira instrução é: nenhum dos dois têm o direito de se divertir sozinho ou com os amigos, a menos que o cônjuge esteja junto.

Não é de estranhar que os prazos de validade do amor andem cada vez mais curtos.

Não há paixão que resista ao grude.

Não há paciência que resista à patrulha.

Não há grande amor que prescinda de outras amizades.

Sair sozinho para beber com os amigos deveria ser um dos 10 mandamentos para uma união estável, valendo para ambos os sexos. Quem não gosta de bar pode substituir por futebol, cinema, shows, sinuca, saraus ou o que o Caderno de Cultura sugerir.

E não perca tempo lamentando por aquele que vai ficar em casa. Provavelmente ele vai se divertir tanto quanto. Ouvir música, ver televisão, ler livros, abrir um vinho, tomar um banho de duas horas, navegar na internet, dormir cedinho, tudo isso também é um programação.

Quem não sabe ficar sozinho não pode casar, sob pena de transformar o matrimônio num presídio para dois. Tem muita coisa em Londres que eu gostaria de ter aqui: parques mais bem cuidados, mais livrarias, mais respeito à individualidade, melhor transporte público, prédios mais charmosos. Só dispensaria o clima e esse pub pra lá de vitoriano, onde pessoas adultas são incentivadas a inventar um álibi para justificar um atraso.

Atraso é ter que mentir para que o outro não perceba que você está feliz.

Martha Medeiros


"Assim como não se deve misturar bebidas, misturar pessoas também pode dar ressaca".

Martha Medeiros

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Entre amigos...



Para que serve um amigo? Para rachar a gasolina, emprestar a prancha, recomendar um disco, dar carona pra festa, passar cola, caminhar no shopping, segurar a barra. Todas as alternativas estão corretas, porém isso não basta para guardar um amigo do lado esquerdo do peito.

Milan Kundera, escritor tcheco, escreveu em seu último livro, "A Identidade", que a amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a integridade do próprio eu. Chama os amigos de testemunhas do passado e diz que eles são nosso espelho, que através deles podemos nos olhar. Vai além: diz que toda amizade é uma aliança contra a adversidade, aliança sem a qual o ser humano ficaria desarmado contra seus inimigos.

Verdade verdadeira. Amigos recentes custam a perceber essa aliança, não valorizam ainda o que está sendo contruído. São amizades não testadas pelo tempo, não se sabe se enfrentarão com solidez as tempestades ou se serão varridos numa chuva de verão. Veremos.

Um amigo não racha apenas a gasolina: racha lembranças, crises de choro, experiências. Racha a culpa, racha segredos.

Um amigo não empresta apenas a prancha. Empresta o verbo, empresta o ombro, empresta o tempo, empresta o calor e a jaqueta.

Um amigo não recomenda apenas um disco. Recomenda cautela, recomenda um emprego, recomenda um país.

Um amigo não dá carona apenas pra festa. Te leva pro mundo dele, e topa conhecer o teu.

Um amigo não passa apenas cola. Passa contigo um aperto, passa junto o reveillon.

Um amigo não caminha apenas no shopping. Anda em silêncio na dor, entra contigo em campo, sai do fracasso ao teu lado.

Um amigo não segura a barra, apenas. Segura a mão, a ausência, segura uma confissão, segura o tranco, o palavrão, segura o elevador.

Duas dúzias de amigos assim ninguém tem. Se tiver um, amém.

Martha Medeiros

Esperando as joaninhas...


Quando gosto realmente de um filme, não me canso de assisti-lo inumeras vezes. É assim com o filme “Sob o Sol da Toscana”, que assisti novamente na semana passada.

Trata-se de um filme sobre mulheres, feito para mulheres e por mulheres. Mas que os homens de coração aberto também poderão curtir

Sem grandes pretensões, o filme conta a história de Frances , interpretada por Diane Lane, uma escritora abalada pelo seu inesperado e repentino divórcio.

Para "afogar as mágoas", ela viaja até a romântica Itália, onde acaba se apaixonando. Não por um outro homem, como se poderia supor, mas por uma belíssima propriedade, uma autêntica vila italiana, charmosa mas caindo aos pedaços.

Talvez como a própria personagem. Num impulso absolutamente passional, Frances compra a casa, muda-se para a belíssima região da Toscana e passa a dedicar seus dias a reformá-la, numa clara metáfora da reconstrução de sua própria vida.

A história é emoldurada pelas belas paisagens italianas, a fotografia sempre ensolarada, girassóis em profusão e bons diálogos.

Num desses diálogos uma das habitantes do lugarejo conta o seguinte para Frances:

“Quando eu era criança, adorava procurar joaninhas no jardim. Muitas vezes passava horas procurando sem encontrar nenhuma. Um dia, cansada de tanto procurar, cuidei do jardim e adormeci em meio às flores... Quando acordei havia várias joaninhas sobre a minha roupa.”

Parece uma historinha bobinha, mas nos ensina que nem sempre as coisas acontecem na hora e do jeito que queremos. Muitas vezes é preciso preparar o jardim e aguardar até que as joaninhas resolvam nos visitar...

domingo, 26 de abril de 2009

Desejo para você...



Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Desejo que você descubra ,
Com o máximo de urgência,
Acima e a despeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente e diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.

(Original de Victor Hugo adaptado por Vinícius de Morais)

O contrário do amor



O contrário de bonito é feio, de rico é pobre, de preto é branco, isso se aprende antes de entrar na escola. Se você fizer uma enquete entre as crianças, ouvirá também que o contrário do amor é o ódio. Elas estão erradas. Faça uma enquete entre adultos e descubra a resposta certa: o contrário do amor não é o ódio, é a indiferença.

O que seria preferível, que a pessoa que você ama passasse a lhe odiar, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.

Para odiar alguém, precisamos reconhecer que esse alguém existe e que nos provoca sensações, por piores que sejam. Para odiar alguém, precisamos de um coração, ainda que frio, e raciocínio, ainda que doente. Para odiar alguém gastamos energia, neurônios e tempo. Odiar nos dá fios brancos no cabelo, rugas pela face e angústia no peito. Para odiar, necessitamos do objeto do ódio, necessitamos dele nem que seja para dedicar-lhe nosso rancor, nossa ira, nossa pouca sabedoria para entendê-lo e pouco humor para aturá-lo. O ódio, se tivesse uma cor, seria vermelho, tal qual a cor do amor.

Já para sermos indiferentes a alguém, precisamos do quê? De coisa alguma. A pessoa em questão pode saltar de bung-jump, assistir aula de fraque, ganhar um Oscar ou uma prisão perpétua, estamos nem aí. Não julgamos seus atos, não observamos seus modos, não testemunhamos sua existência. Ela não nos exige olhos, boca, coração, cérebro: nosso corpo ignora sua presença, e muito menos se dá conta de sua ausência. Não temos o número do telefone das pessoas para quem não ligamos. A indiferença, se tivesse uma cor, seria cor da água, cor do ar, cor de nada.

Uma criança nunca experimentou essa sensação: ou ela é muito amada, ou criticada pelo que apronta. Uma criança está sempre em uma das pontas da gangorra, adoração ou queixas, mas nunca é ignorada. Só bem mais tarde, quando necessitar de uma atenção que não seja materna ou paterna, é que descobrirá que o amor e o ódio habitam o mesmo universo, enquanto que a indiferença é um exílio no deserto.

Martha Medeiros

sábado, 25 de abril de 2009

O espinho de marfim


Amanhecia o sol e lá estava o unicórnio pastando no jardim da Princesa. Por entre flores olhava a janela do quarto onde ele vinha cumprimentar o dia. Depois esperava vê-la no balcão, e, quando o pezinho pequeno pisava no primeiro degrau da escadaria descendo ao jardim, fugia o unicórnio para o escuro da floresta.

Um dia, indo o Rei de manhã cedo visitar a filha em seus aposentos, viu o unicórnio na moita de lírios.

Quero esse animal para mim. E imediatamente ordenou a caçada.

Durante dias o Rei e seus cavaleiros caçaram o unicórnio nas florestas e nas campinas. Galopavam os cavalos, corriam os cães e, quando todos estavam certos de tê-lo encurralado, perdiam sua pista, confundindo-se no rastro.

Durante noites o rei e seus cavaleiros acamparam ao redor de fogueiras ouvindo no escuro o relincho cristalino do unicórnio.

Um dia, mais nada. Nenhuma pegada, nenhum sinal de sua presença. E silêncio nas noites.

Desapontado, o rei ordenou a volta ao castelo. E logo ao chegar foi ao quarto da filha contar o acontecido. A princesa penalizada com a derrota do pai, prometeu que dentro de três luas lhe daria o unicórnio de presente.

Durante três noites trançou com fios de seus cabelos uma rede de ouro. De manhã vigiava a moita de lírios do jardim. E no nascer do quarto dia , quando o sol encheu com a primeira luz os cálices brancos, ela lançou a rede aprisionando o unicórnio.

Preso nas malhas de ouro, olhava o unicórnio aquela que mais amava, agora sua dona, e que dele nada sabia.

A princesa aproximou-se. Que animal era aquele de olhos tão mansos retido pela artimanha de suas tranças? Veludo do pelo, lacre dos cascos, e desabrochando no meio da testa, espinho de marfim, o chifre único que apontava ao céu.

Doce língua de unicórnio lambeu a mão que o retinha. A princesa estremeceu, afrouxou os laços da rede, o unicórnio ergueu-se nas patas finas.

Quanto tempo demorou a princesa para conhecer o unicórnio? Quantos dias foram precisos para amá-lo?

Na maré das horas banhavam-se de orvalho, corriam com as borboletas, cavalgavam abraçados. Ou apenas conversavam em silêncio de amor, ela na grama, ele deitado aos seus pés, esquecidos do prazo.

As três luas porém já se esgotavam. Na noite antes da data marcada o rei foi ao quarto da filha lembrar-lhe a promessa. Desconfiado, olhou nos cantos, farejou o ar. Mas o unicórnio comia lírios tinha cheiro de flor, e escondido entre os vestidos da princesa confundia-se com os veludos, confundia-se com os perfumes.

Amanhã é o dia. Quero sua palavra comprida, disse o rei- virei buscar o unicórnio ao cair do sol.

Saído o rei, as lágrimas da princesa deslizaram no pelo do unicórnio. Era preciso obedecer ao pai, era preciso manter a promessa. Salvar o amor era preciso.

Sem saber o que fazer, a princesa pegou o alaúde, e a noite inteira cantou sua tristeza. A lua apagou-se. O sol mais uma vez encheu de luz as corolas. E como no primeiro dia em que haviam se encontrado a princesa aproximou-se do unicórnio. E como no segundo dia olhou-o procurando o fundo de seus olhos. E como no terceiro dia aproximou a cabeça do seu peito, com suava força, com força de amor empurrando, cravando o espinho de marfim no coração, enfim florido.

Quando o rei veio em cobrança da promessa, foi isso que o sol morrente lhe entregou, a rosa de sangue e um feixe de lírios.

Marina Colasanti

Desconstruções



Quando a gente conhece uma pessoa, construímos uma imagem dela. Esta imagem tem a ver com o que ela é de verdade, tem a ver com as nossas expectativas e tem muito a ver com o que ela "vende" de si mesma. É pelo resultado disso tudo que nos apaixonamos.

Se esta pessoa for bem parecida com a imagem que projetou em nós, desfazer-se deste amor, mais tarde, não será tão penoso. Restará a saudade, talvez uma pequena mágoa, mas nada que resista por muito tempo.

No final, sobreviverão as boas lembranças. Mas se esta pessoa "inventou" um personagem e você caiu na arapuca, aí, somado à dor da separação, virá um processo mais lento e sofrido: a de desconstrução daquela pessoa que você achou que era real.

Desconstruindo Flávia, desconstruindo Gilson, desconstruindo Marcelo. Milhares de pessoas estão vivendo seus dias aparentemente numa boa, mas por dentro estão desconstruindo ilusões, tudo porque se apaixonaram por uma fraude, não por alguém autêntico.

Ok, é natural que, numa aproximação, a gente "venda" mais nossas qualidades que defeitos. Ninguém vai iniciar uma história dizendo: muito prazer, eu sou arrogante, preguiçoso e cleptomaníaco. Nada disso, é a hora de fazer charme. Mas isso é no começo.

Uma vez o romance engatado, aí as defesas são postas de lado e a gente mostra quem realmente é, nossas gracinhas e nossas imperfeições. Isso se formos honestos. Os desonestos do amor são aqueles que fabricam idéias e atitudes, até que um dia cansam da brincadeira, deixam cair a máscara e o outro fica ali, atônito.

Quem se apaixonou por um falsário, tem que desconstruí-lo para se desapaixonar. É um sufoco. Exige que você reconheça que foi seduzido por uma fantasia, que você é capaz de se deixar confundir, que o seu desejo de amar é mais forte do que sua astúcia.

Significa encarar que alguém por quem você dedicou um sentimento nobre e verdadeiro não chegou a existir, tudo não passou de uma representação – e olha, talvez até não tenha sido por mal, pode ser que esta pessoa nem conheça a si mesma, por isso ela se inventa.

A gente resiste muito a aceitar que alguém que amamos não é, e nem nunca foi, especial. Que sorte quando a gente sabe com quem está lidando: mesmo que venha a desamá-lo um dia, tudo o que foi construído se manterá de pé

Martha Medeiros

sexta-feira, 24 de abril de 2009


"Aprendi com as Primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira."

Cecília Meireles

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Você já ouviu falar no movimento rosa???


"É um movimento em prol de um mundo cor-de-rosa.

Um mundo mais otimista, mais sensível, mais solidário, muito mais feminino.

Um simples gesto pode mudar seu modo de ver a vida, pode tornar o dia de alguém melhor, pode pintar o mundo de rosa.

Não estou falando simplesmente de fazer doações ou de se voluntariar em alguma instituição logo de cara. O conceito depende muito da visão de mundo que nós temos.

Na maioria das vezes, a solidariedade é entendida apenas como ajuda eventual a alguém que dela necessita. E ser solidário não é só isso.

A proposta movimento cor de rosa é mais modesta.

Gentileza e educação fazem parte do ciclo da solidariedade. Se um "bom dia" hoje é artigo de luxo, comece resgatando esse hábito. Sorrir para alguém também faz o mundo ficar mais cor-de-rosa.

Solidariedade é tênue. Mas estar entre os sentimentos nobres não a impede de poder ser alcançada por todos. Basta querer. Um gesto de carinho aqui, uma preocupação com o outro ali e você já está no caminho certo.

O essencial é ter boa vontade. Quando perceber, já estará completamente envolvido nesse sentimento viciante e, aí sim, poderá alçar voos maiores!!!"

E você, qual vai ser sua atitude rosa de hoje???

"A criança que não brinca não é uma criança, mas o homem que não brinca perdeu para sempre a criança que vivia nele e que lhe fará muita falta."

Pablo Neruda - Poeta chileno(1904-1973)

A arte de ser feliz


Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.

Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.

Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.

Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.

Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.

E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.

Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.

Outras vezes encontro nuvens espessas.

Avisto crianças que vão para a escola.

Pardais que pulam pelo muro.

Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.

Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.

Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.

Ás vezes, um galo canta.

Às vezes, um avião passa.

Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.

E eu me sinto completamente feliz.

Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela...

Uns dizem que essas coisas não existem,

Outros que só existem diante das minhas janelas,

e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.


Cecília Meireles

quarta-feira, 22 de abril de 2009

A DOR QUE DÓI MAIS



Trancar o dedo numa porta dói.
Bater com o queixo no chão dói.
Torcer o tornozelo dói.
Um tapa, um soco, um pontapé, dóem.
Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim.

Mas o que mais dói é saudade...

Saudade de um irmão que mora longe.
Saudade de uma cachoeira da infância.
Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais.
Saudade do pai que já morreu.
Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu.
Saudade de uma cidade.
Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos.
Dóem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama...

Saudade da pele, do cheiro, dos beijos.
Saudade da presença, e até da ausência consentida.
Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá.
Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde.
Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã.

Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter...

Saudade é não saber.
Não saber mais se ele continua se gripando no inverno.
Não saber mais se ela continua clareando o cabelo.
Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu.
Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu.

Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber...

Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber...

Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama... e ainda assim, doer.

Martha Medeiros

"Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo.
É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente."

Martha Medeiros

domingo, 19 de abril de 2009

Deus


Eu me lembro! Eu me lembro! - Era pequeno
E brincava na praia; o mar bramia,
E, erguendo o dorso altivo, sacudia,
A branca espuma para o céu sereno.

E eu disse a minha mãe nesse momento:
"Que dura orquestra! Que furor insano!
Que pode haver de maior do que o oceano
Ou que seja mais forte do que o vento?"

Minha mãe a sorrir, olhou pros céus
E respondeu: - Um ser que nós não vemos,
É maior do que o mar que nós tememos,
Mais forte que o tufão, meu filho, é Deus.

Casimiro de Abreu

* Lembro-me, em especial, da minha mãe recitando esse poema... Hoje em dia minha mãe quase não consegue mais ler, por problemas de visão em decorrências do diabetes, mas que maravilhoso legado ela me deixou.

Que é simpatia



Simpatia - é o sentimento
Que nasce num só momento,
Sincero, no coração;
São dois olhares acesos
Bem juntos, unidos, presos
Numa mágica atração.


Simpatia - são dois galhos
Banhados de bons orvalhos
Nas mangueiras do jardim;
Bem longe às vezes nascidos,
Mas que se juntam crescidos
E que se abraçam por fim.


São duas almas bem gêmeas
Que riem no mesmo riso,
Que choram nos mesmos ais;
São vozes de dois amantes,
Duas liras semelhantes,
Ou dois poemas iguais.


Simpatia - meu anjinho,
É o canto de passarinho,
É o doce aroma da flor;
São nuvens dum céu d'agosto
É o que m'inspira teu rosto...
- Simpatia - é quase amor!

Casimiro de Abreu

* Aprendi a gostar de poesia ainda muito pequena, ouvindo a minha mãe recitar Casimiro de Abreu... Minha mãe, pessoa simples, porém de gosto refinado, sempre foi apaixonada por poetas do período romântico, e costumava decorar poesias imensas e recitá-las.

sábado, 18 de abril de 2009

O Amor...


"O Amor
É difícil para os indecisos.
É assustador para os medrosos.
Avassalador para os apaixonados!
Mas, os vencedores no amor são os
fortes.
Os que sabem o que querem e querem o que têm!
Sonhar um sonho a dois,
e nunca desistir da busca de ser feliz,
é para poucos!!"

Cecília Meireles

Vampiros Energéticos


Você já ouviu falar em vampiros energéticos??? Talvez não. Eu utilizo essa expressão há anos para me referir àquelas pessoas que sugam a nossa energia até nos deixar sequinhas, esturricadinhas, sem mais nada a oferecer...

Você deve estar se perguntando quem são essas pessoas??? Que mal pode haver em conviver com elas??? Como identificá-las???

Todos nós possuímos algumas das características do vampiro energético, mas o problema começa quando vários atributos comprometedores se concentram numa mesma pessoa. Essas pessoas são morcegos em forma de gente na vida social e afetiva.

Uma característica freqüente entre os vampiros energéticos é o poder de sedução. Nos primeiros contatos, sempre parecem mais interessantes que as pessoas comuns. São bons de papo e gentis, mas, quando se sentem impelidos a saciar a sede por sangue, são capazes de avançar no pescoço da própria mãe e de quem mais estiver por perto.

Confesso que quando descobri esse tipo de comportamento, identifiquei apenas o “vampiro energético narcisista”... Mas depois, com o amadurecimento, identifiquei outras espécies de emocionais... Mas nesta postagem tratarei apenas do vampiro energético narcisista.

O Vampiro narcisista é aquela pessoa que pensa que o universo está centrado na cavidade do seu próprio umbigo. São pessoas com vaidade exacerbada, cujo único assunto de conversação são elas próprias, as suas qualidades imensas ou seus pseudo-problemas-intransponíveis.

Tais pessoas se alimentam de elogios e da aprovação alheia, porém são incapazes de tecer elogios e comentários à capacidade das outras pessoas; alimentam-se ainda, da sua atenção e capacidade de ouvir seus problemas e tentar solucioná-los.

Como disse anteriormente, num primeiro olhar, essas pessoas são sedutoras e interessantes... Portanto, sem se dar conta, você o terá convidado a adentrar em sua vida, onde ele se instalará com prazer aproveitando-se de sua energia.

Você se tornará seu ídolo, seu salvador, sua diretriz, seu melhor amigo. Pode ser, que cedo ou tarde, você se dê conta que ele colocou sobre seus ombros um peso insuportável. Mas talvez você demore a perceber essa relação de mão única...

Talvez ainda, você se sinta orgulhoso de ser tão inexplicavelmente útil e importante, mas fique atento, porque essa criatura na verdade, não quer nem sua ajuda, nem sua amizade, deseja apenas sugar todo o seu tempo e a sua energia.

Você é para ele apenas um alimento emocional que satisfaz sua necessidade primitiva de sugar energia sem dar nada em troca. Nessa falta de reciprocidade, para mantê-lo sobre controle ele não medirá esforços para fazer-te refém, através de elogios e agradecimentos.

Não se iluda: pois nesse momento, seus caninos estarão fincados profundamente em seu ego. Pois quem não gosta de ser elogiado e se sentir útil, imprescindível, “o melhor amigo”...???

Ao tirarmos a máscara de um vampiro emocional descobrimos um indivíduo que nem podemos qualificar de mal, mas imaturo, narcisista e egoísta.

Como os vampiros mitológicos, essa classe de sugadores há muito não se vê no espelho. Sua imagem nunca refletida impossibilita uma análise mais crítica de sua parte.

Mas não se iluda!!! Ajudá-lo a ver-se como realmente é não o fará mudar seu comportamento, ao contrário, atrairá sua ira.

Sentindo-se injustiçado e contrariado em seu intuito de tê-lo sobre seu domínio ele poderá se tornar extremamente exasperado e inconseqüente.

A melhor maneira é afastar-se, propor-se uma distância segura para observá-lo longe de seu fascínio e palavras hipnotizadoras, e ainda, descobrir a parcela de culpa que tem nesse relacionamento doentio... É assim que tenho procedido...

Antes de mais nada, eu preciso confessar que sou uma presa fácil e constante dos vampiros energéticos; sempre oferecendo minha jugular emocional. Mesmo tendo descoberto há tempos tal comportamento nefasto, só agora tenho me dado conta da minha parcela de culpa nisso tudo.

Qual a nossa parcela de culpa???

Descobri em uma auto-análise dolorida, como são todas as viagens para dentro de nós mesmos, que a minha culpa reside na baixa estima. Muitas vezes preciso me sentir útil para me sentir querida e amada, e para tanto ofereço o meu suculento pescocinho.

Sei que preciso trabalhar mais e melhor a minha auto-estima. Posso ser amiga sem me deixar sugar. Posso ouvir e ser útil, mas preciso me lembrar sempre que a reciprocidade é a tônica da amizade verdadeira.

Dicas úteis sobre maquiagem


Toda mulher pode ficar ainda mais fabulosa com apenas alguns toques de cores e tons sobre a pele. Para tornar a vida mais simples e descomplicada, principalmente na hora da maquiagem, nada melhor do que simplificar também aquilo que parece confuso e trabalhoso. Apresento às princesa do blog, algumas dicas úteis e super fáceis para arrasar na maquiagem. Vamos lá???

Conservando a maquiagem:

Antes de aplicar a maquiagem, aplique na pele uma pedra de gelo envolta em gaze. O gelo fecha os poros da pele e a maquiagem dura mais tempo. Se sua pele for oleosa, troque o gelo por loção adstringente e aplique uma camada fina de vaselina antes da base. Depois de se maquiar, use uma esponjinha umedecida em água gelada para pressionar levemente o rosto.

Base:

Dê preferência para bases líquidas ou cremosas, pois ressecam menos a pele. Para espalhar melhor a base, use uma esponja umedecida em água. Aplique uma base mais clara que sua pele na testa, laterais do nariz, da boca e do queixo, para suavizar os traços e "iluminar" o rosto.Corretivos:

Para disfarçar olheiras, use um corretivo mais claro que o tom da base. Corretivos de tom levemente verde corrigem melhor olheiras e espinhas.

Pó facial:

O pó fica melhor aplicado se você usar um pincel grande e redondo ao invés das tradicionais esponjinhas.

Olhos:

Sombras escuras diminuem os olhos, sombras claras aumentam os olhos. Para diminuir os olhos, passe lápis na parte interna dos olhos junto aos cílios. Para aumentá-los, passe o lápis na parte externa dos olhos junto aos cílios.

Cílios:

Para alongá-los, aplique o rímel e use um curvex (um aparelho que é encaixado sobre os cílios e os deixa mais curvados). A seguir passe mais uma camada de rímel.

Delineador:

Os delineadores são contra-indicados para quem tem olhos pequenos, pois os diminuem ainda mais. Para aplicar mais facilmente o delineador, use um espelho sobre a mesa, olhe para o espelho e aplique o delineador primeiro da metade da pálpebra para os cantos externos e depois aplique um traço mais fino do centro da pálpebra para o canto interno. Nesta posição, as pálpebras não formam dobras, que geralmente borram o delineador.

Rímel:

Use o rímel apenas nos cílios superiores para deixar o olhar natural e não "carregar" a maquiagem. Para não borrar o rímel, seque os cílios com secador, mantendo uma distância mínima de 15 cm, de olhos fechados, para não irritá-los. Se o rímel estiver ressecado, aplique algumas gotas de soro fisiológico, assim ele poderá ser usado mais algumas vezes.

Blush:

O blush pode ser aplicado levemente no rosto todo, para finalizar a maquiagem e deixar o tom da pele uniforme. Evite marcar demais as maçãs do rosto, o blush deve ser usado apenas para colorir levemente e dar uma impressão mais saudável. Se quiser "alargar" seu rosto, aplique blush na altura das orelhas, puxando o pincel em direção às maçãs do rosto. Se quiser deixá-lo mais fino, aplique nas têmporas (entre a sobrancelha e a maçã do rosto)e puxe para as maçãs do rosto.

Lábios:

Para aumentar seus lábios, desenhe o contorno natural deles com um lápis um pouco mais escuro que o batom, do lado de fora dos lábios, esfumace o traço com um pincel e aplique o batom. Use um batom mais claro e cintilante apenas na parte central dos lábios inferiores. Para diminuir os lábios, desenhe o contorno pela parte interna dos lábios, com um lápis mais claro que o batom que irá usar. Tons escuros de batom diminuem os lábios.

Batom:

Aplique um hidratante nos lábios antes de passar o batom, deixe 15 minutos. Retire com algodão e água morna. Aplique o batom, retire o excesso com papel absorvente, passe uma camada de pó compacto e aplique outra camada de batom. O batom irá durar muito mais.

Retirando a maquiagem:

Não esqueça de retirar bem a maquiagem antes de dormir, para que a pele respire. Para retirar o rímel passe um cotonete com óleo mineral, sem esfregar. Dê preferência a usar cremes para remover a maquiagem, ao invés de óleos. Assim não "engordura" a pele. Evite produtos à base de álcool, pois ressecam a pele. Se você não tiver demaquilante, pode usar um creme hidratante. Depois de passar o produto, lave com água morna o rosto para retirar o excesso.

Mantendo sua maquiagem em ordem:

As esponjinhas e os pincéis devem ser limpos pelo menos uma vez por semana com água morna e xampu. O lápis conserva-se mais se antes de apontá-lo, você o colocar na geladeira por alguns minutos. Assim, evita-se quebrar a ponta do apontador.

1. EXPERIMENTE!

Experimente cores, texturas e técnicas. Invente e aposte em novidades. Lembre-se que a maquiagem sai com água e se não gostar, retire-a e comece novamente!

2. ESPALHE, MISTURE E HARMONIZE

Em qualquer produto de maquiagem, o segredo é espalhar para não deixar excessos. Esfume bem sem deixar traços ou marcas. Quanto mais suave, melhor será o acabamento.

3. VÁ DO CLARO PARA O ESCURO (INTENSO)

Você pode escurecer aquilo que está claro, porém não poderá clarear o que está escuro, por isso comece com os tons claros, neutros ou pastéis. Vá sobrepondo cores médias antes de investir nos escuros e intensos. Acompanhe cada aplicação e decida aquilo que mais te agradou. Um dos segredos da maquiagem é “o menos é mais”!

4. CORES

Você já sabe que não fica bem combinar maquiagem com as cores da roupa, então brinque com elas e harmonize sua make com aquela peça do seu guarda-roupa que você escolheu para arrasar. Um dica para acertar nas cores de sombras para maquiagem: para peles claras: aposte nas cores frias (azul, verde, roxo, prata, etc.). As morenas e negras ficam ainda mais bonitas com as cores quentes (amarelo, laranja, vermelho, dourado, etc). O batom sempre em harmonia com os olhos.

5. CUIDE DA PELE

A maquiagem oferece uma resposta imediata, oferecendo uma beleza instantânea. Porém o cuidado de retirar bem a maquiagem, limpar, tonificar e hidratar o rosto deverá ser diário. Use filtro solar sempre, inclusive dentro dos escritórios e locais fechados.

Aposte sempre no bom senso e use apenas a maquiagem que você gosta e se sinta bem!!!

Boa sorte meninas!!!

Há Momentos


Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.

Clarice Lispector

sexta-feira, 17 de abril de 2009



"Quando o amor vos fizer sinal, segui-o; ainda que os seus caminhos sejam duros e escarpados.
E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos; ainda que a espada escondida na sua plumagem vos possa ferir."

Khalil Gibran

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Poeminha Amoroso


Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo...

Cora Coralina

* Dedico esse "poeminha amoroso" ao grande amor da minha vida... NEOQEAV

Saber viver



Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.

Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura... Enquanto durar

Cora Coralina



"Quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós."

Clarice Lispector

Às seis da tarde


Ás seis da tarde
as mulheres choravam
no banheiro.
Não choravam por isso
ou por aquilo
choravam porque o pranto subia
garganta acima
mesmo se os filhos cresciam
com boa saúde
se havia comida no fogo
e se o marido lhes dava
do bom
e do melhor
Choravam porque no céu
além do basculante
o dia se punha
porque uma ânsia
uma dor
uma gastura
era só o que sobrava
dos seus sonhos.
Agora
às seis da tarde
as mulheres regressam do trabalho
o dia se põe
os filhos crescem
o fogo espera
e elas não podem
não querem
chorar na condução

Marina Colasanti


Enquanto não superarmos
a ânsia do amor sem limites,
não poderemos crescer
emocionalmente.

Enquanto não atravessarmos
a dor de nossa própria solidão,
continuaremos
a nos buscar em outras metades.

Para viver a dois, antes, é
necessário ser um.

Fernando Pessoa

Pedaços de mim...



Eu sou feita de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feita de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante


Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir, para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles a quem eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo, vivendo e aprendendo.

Martha Medeiros

Mulheres que amam de menos...



Eu quero dar meu depoimento.

Creio ter um problema.

Se mulheres que amam demais são aquelas que sufocam seus parceiros, que não confiam neles, que investigam cada passo que eles dão e que não conseguem pensar em mais nada a não ser em fantasiosas traições, então eu preciso admitir: sou uma mulher que ama de menos.

Eu nunca abri a caixa de mensagens do celular do meu marido.

Eu nunca abri um papel que estivesse em sua carteira.

Eu nunca fico irritada se uma colega de trabalho telefona pra ele.

Eu não escuto a conversa dele na extensão.

Eu não controlo o tanque de gasolina do carro dele para saber se ele andou muito ou pouco.

Eu não me importo quando ele acha outra mulher bonita, desde que ela seja realmente bonita. Se não for, é porque ele tem mau gosto

Eu não me sinto insegura se ele não me faz declarações de amor a toda hora.

Eu não azucrino a vida dele.

Segundo o que tenho visto por aí, meu diagnóstico é lamentável: eu o amo pouco. Será?

Obsessão e descontrole são doenças sérias e merecem respeito e tratamento, mas batizar isso de "amar demais" é uma romantização e um desserviço às mulheres e aos homens.

Fica implícito que amar tem medida, que amar tem limite, quando na verdade amar nunca é demais.

O que existe são mulheres e homens que têm baixa auto-estima, que tem níveis exagerados de insegurança e que não sabem a diferença entre amor e possessão. E tem aqueles que são apenas ciumentos e desconfiados, tornando-se chatos demais.

Mas se todo mundo concorda que uma patologia pode ser batizada de "amor demais", então eu vou fundar As Mulheres que Amam De Menos, porque, pelo visto, quem é calma, quem não invade a privacidade do outro e quem confia na pessoa que escolheu pra viver também está doente.

Martha Medeiros

Lições Inesquecíveis de Amor & Amizade


Às vezes me pego pensando sobre o sentido especial da vida. Em como posso ser melhor hoje do que fui ontem. E confesso que mesmo pensando muitas vezes não consigo ir além.

Sei que a única coisa que temos para partilhar e devemos nos comprometer em partilhá-lo é o amor. Às vezes e somente às vezes nos sentimos tocados por histórias reais de solidariedade e afeto que nos contam.

Gosto de histórias, e, hoje, sei que é possível chegar ao coração das pessoas com uma boa história; pois, hoje tenho duas boas histórias para lhes contar.

A primeira eu presenciei; a segunda li aqui mesmo na internet. Alguns dias, descendo a rua que vai à direção de uma estação de metrô próximo à minha casa, eu assisti uma cena interessante, de grande beleza e emoção.

No trajeto em que fazia, estava um garoto que não sei o nome com algumas limitações físicas, portador de necessidades especiais como deve ser identificado de forma politicamente correta. No meio da rua, o garoto gritava por Pedro.

Alguns adultos tentavam aproximar-se, mas o garoto, de aproximadamente 11 anos, não aceitava ajuda de ninguém para atravessar a rua em que os ônibus subiam e desciam.

Naquele momento surgiu outro garotinho, era o Pedro. Ele estendeu a mão para o amigo que se acalmou, sorriu e juntos olharam para os dois lados e atravessaram a rua. Pedro o levou até um portão tocou a campainha da casa, alguém recebeu o primeiro menino e Pedro foi embora.

Ele deixou grandes lições em minha mente. Fiquei pensando na confiança do primeiro menino em Pedro, um garoto da mesma idade que ele.

Atravessá-lo, seria fácil para qualquer adulto, mas ele confiava em seu amigo Pedro. A amizade entre eles certamente era muito forte. Quantas pessoas buscam um amigo assim durante toda a vida. A cena mexeu comigo naquele dia e ainda mexe comigo hoje.

A segunda história também é real. No Brooklyn, Nova York, Chush é uma escola que se dedica ao ensino de crianças especiais. Algumas crianças ali permanecem por toda a vida escolar, enquanto outras podem ser encaminhadas para uma escola comum...

Num jantar beneficente de Chush, o pai de uma criança fez um discurso que nunca mais seria esquecido pelos que ali estavam presentes.

Depois de elogiar a escola e seu dedicado pessoal, perguntou:

- Onde está a perfeição no meu filho Pedro, se tudo o que DEUS faz é feito com perfeição? Meu filho não pode entender as coisas como outras crianças entendem. Meu filho não consegue lembrar-se de fatos e números como as outras crianças. Então, onde está a perfeição de Deus? Para muitas pessoas ele é um erro.

Todos ficaram chocados com a pergunta e com o sofrimento daquele pai, mas ele continuou:

- Acredito que quando Deus traz uma criança especial ao mundo, a perfeição que Ele busca está no modo como as pessoas reagem diante desta criança.

Então ele contou a seguinte história sobre o seu filho Pedro:

- Uma tarde, Pedro e eu caminhávamos pelo parque onde alguns meninos que o conheciam, estavam jogando beisebol. Pedro perguntou-me:

- Pai, você acha que eles me deixariam jogar?

Eu sabia das limitações do meu filho e que a maioria dos meninos não o queria na equipe. Mas entendi que se Pedro pudesse jogar com eles, isto lhe daria uma confortável sensação de participação.

Aproximei-me, então, de um dos meninos no campo e perguntei-lhe se Pedro poderia jogar. O menino deu uma olhada ao redor, buscando a aprovação de seus companheiros de equipe e mesmo não conseguindo nenhuma aprovação, ele assumiu a responsabilidade e disse:

- Nós estamos perdendo por seis rodadas e o jogo está na oitava. Acho que ele pode entrar na nossa equipe e tentaremos colocá-lo para bater até a nona rodada.

Fiquei admirado quando Pedro abriu um grande sorriso ao ouvir a resposta do menino. Pediram então que ele calçasse a luva e fosse para o campo jogar. No final da oitava rodada, a equipe de Pedro marcou alguns pontos, mas ainda estava perdendo por três.

No final da nona rodada, a equipe de Pedro marcou novamente e agora com dois fora e as bases com potencial para a rodada decisiva, Pedro foi escalado para continuar. Uma questão, porém, veio à minha mente: a equipe deixaria Pedro, de fato, rebater nesta circunstância e deitar fora a possibilidade de ganhar o jogo?

Surpreendentemente, foi dado o bastão a Pedro. Todo o mundo sabia que isto seria quase impossível, porque ele nem mesmo sabia segurar o bastão. Porém, quando Pedro tomou posição, o lançador se moveu alguns passos para arremessar a bola de maneira que Pedro pudesse ao menos rebater.

Foi feito o primeiro arremesso e Pedro balançou, desajeitadamente, e perdeu. Um dos companheiros da equipe de Pedro foi até ele e juntos seguraram o bastão e encararam o lançador.

O lançador deu novamente alguns passos para lançar a bola suavemente para Pedro. Quando veio o lance, Pedro e o seu companheiro da equipe balançaram o bastão e juntos rebateram a lenta bola do lançador.

O lançador apanhou a suave bola e poderia tê-la lançado facilmente ao primeiro homem da base, Pedro estaria fora e isso teria terminado o jogo. Ao invés disso, o lançador pegou a bola e lançou-a numa curva, longa e alta para o campo, distante do alcance do primeiro homem da base.

Então todo o mundo começou a gritar: Pedro corre para a primeira base, corre para a primeira. Nunca na sua vida ele tinha corrido... mas saiu disparado para a linha de base, com os olhos arregalados e assustado.

Até que ele alcançasse a primeira base, o jogador da direita teve a posse da bola. Ele poderia ter lançado a bola ao segundo homem da base, o que colocaria Pedro fora de jogo, pois ele ainda estava correndo. Mas o jogador entendeu quais eram as intenções do lançador, assim, lançou a bola alta e distante, acima da cabeça do terceiro homem da base. Todo o mundo gritou:

- Corre para a segunda, Pedro, corre para a segunda base.

Pedro correu para a segunda base, enquanto os jogadores à frente dele circulavam deliberadamente para a base principal. Quando Pedro alcançou a segunda base, a curta parada adversária colocou-o na direção da terceira base e todos gritaram:

- Corre para a terceira.

Ambas as equipes correram atrás dele gritando:

- Pedro, corre para a base principal.

Pedro correu para a base principal, pisou nela e todos os 18 meninos o ergueram nos ombros fazendo dele o herói, como se ele tivesse vencido o campeonato e ganho o jogo para a equipe dele.

- Naquele dia, disse o pai, com lágrimas caindo sobre face, aqueles 18 meninos alcançaram a perfeição de Deus. Eu nunca tinha visto um sorriso tão lindo no rosto do meu filho!

O fato é verdadeiro e ao mesmo tempo causa-nos tanta estranheza! Entretanto, há pessoas que enviam mil piadas por e-mail e elas espalham-se como fogo, mas, quando enviamos mensagens sobre algo de bom, as pessoas pensam duas vezes antes de compartilhá-las.

Dois “Pedros” capazes de nos levar a refletir sobre o sentido maior da amizade. Todos precisam parar alguns momentos para pensar naquilo que é realmente importante na vida. A amizade e a solidariedade, com certeza, nunca sairão de moda.

É preocupante que coisas grotescas, vulgares e obscenas cruzem livremente o ciberespaço, mas se você decidir passar adiante esta mensagem, não a enviará para muitos de sua lista de endereços, porque não está seguro quanto ao que eles acreditam, ou o que pensarão de você. Mostre que está acima de qualquer tipo de discriminação e envie esta linda e verdadeira história.

Cabe a nós decidirmos se seremos como o primeiro Pedro ou como os amigos do segundo Pedro, amigos de verdade.


Willian Lira Felício
willianfelicio@yahoo.com.br

terça-feira, 14 de abril de 2009

A gaiola da obesidade...


Li um dia desses uma matéria com uma psicanalista que partia da premissa de que todo mundo é inseguro.

E realmente, se você parar para pensar, todos nós temos os nossos medos e inseguranças...
Temos medo de perder o amor da mãe, do pai, do filho, dos amigos, do companheiro.

Quem de nós não tem medo de perder o emprego, de se achar dispensável a qualquer momento??? Principalmente se você trabalha na iniciativa privada, mesmo que sua competência profissional seja pública e notória, a insegurança está lá, latente, correndo pelo sangue, amedrontando o dia-a-dia. Mas isso medo real...

O problema é quando essas inseguranças tornam-se exageradas e irreais. E quando tal coisa acontece, é necessário parar para pensar e, numa atitude saudável, pedir ajuda de um profissional.

A insegurança emocional é muito comum, principalmente entre as mulheres e nem sempre reflete a realidade. A pessoa insegura pensa que certamente surgirá alguém melhor do que ela para o seu parceiro. Ou, que talvez já exista, tentando roubá-lo de si.

Um dia desses presenciei algo assim, que me deixou estarrecida e com muita vontade de escrever sobre o assunto.

Em um evento social revi um colega do tempo de adolescência, que estava acompanhado de esposa, filho e sogra. Percebi que ele não estava muito a vontade, mas logo trataram de me explicar que era por causa da esposa... “muito ciumenta”...

Fiquei me perguntando: Mas ciúme do quê??? Ele é um homem comum, não se trata do Gianechini, está bem acima do peso... e além do mais é casado, está acompanhado da esposa, da sogra, do filho, do papagaio, do periquito...

Ciúme do nada, por nada, e pra nada... Essa é a verdade. Para as pessoas inseguras o perigo não é necessariamente real, como o medo de ser assaltado, o medo de descer de bote numa corredeira, ou escalar o Everest...

A insegurança emocional é insana, louca, mal-educada, não escolhe lugar...

Bom, quanto ao moço e a sua esposa ciumenta... Não dei muita bola, pois alguém realmente educado não deixa de conversar com uma colega que não vê há anos, porque a esposa é insegura...

Além do quê, ele me pareceu um tanto esnobe falando de coisas e bens materiais... E quem se comporta assim, não tem muito o quê acrescentar no quesito “idéias”, e, portanto, não merece nem “um dedinho de prosa”.

Mas ainda assim a esposa insegura não se sentia a vontade. Ia e vinha sôfrega. Insana. Frenética...

Intercalava minutos de ausência com manifestações públicas de afeto rasgado para com o marido. Aquelas coisas de beijos e abraços fora do contexto...

É lindo ver um casal apaixonado e sintonizado, mas existem coisas que a gente percebe logo quando é uma forçada de barra para impressionar os expectadores.

Tudo seria algo absolutamente comum. Uma mulher ciumenta e ponto. Uma cena como tantas outras que presenciamos por aí.

Mas depois fiquei sabendo o motivo do sobrepeso do jovem marido...

Pasmem!!! Ele confessou que se fizer dieta e emagrecer os “tantos” quilos que precisa, haverá um “divórcio”!!!

Isso mesmo!!! A esposa deseja que ele continue gordo, pois assim ele fica menos atraente aos olhos das outras mulheres... e com isso, ela se sente segura!!!

Ou, talvez o correto seria dizer que, ela imagina, que estando ele gordo e pouco atraente está mais seguro na gaiola em que ela acredita tê-lo aprisionado...

Já vi muitas gaiolas feitas de intenções, nessa vida... Mas uma gaiola feita da “quase obesidade” do parceiro, essa pra mim é novidade.

E o pior de tudo é que algumas pessoas chamam isso de AMOR.

Fizeram a gente acreditar...


Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos.

Não contaram pra nós que amor não é racionado nem chega com hora marcada.

Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade.

Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais rápido.

Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um", duas pessoas pensando igual, agindo igual, que isso era que funcionava.

Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável.

Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos.

Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto.

Ninguém nos disse que chinelos velhos também têm seu valor, já que não nos machucam, e que existe mais cabeças tortas do que pés.

Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade.

Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que poderíamos tentar outras alternativas menos convencionais.

Fizeram a gente acreditar que sexo é sacanagem. Mas sexo é uma coisa natural, simples - só é ruim quando feito sem vontade.

Sacanagem é outra coisa. É nos condicionarem a um amor cheio de regras e princípios, sem ter o direito à leveza e ao prazer que nos proporcionam as coisas escolhidas por nós mesmos.

Martha Medeiros

Aceita um café???


Algumas pessoas me disseram que ao lerem os meus textos têm a sensação de que estão no sofá da minha sala enquanto eu converso, sentada na poltrona Luis Felippe que fica logo à frente, ao lado da mesinha do abajur...

É que, para quem não sabe, esse é o meu cantinho preferido...

É verdade. Eu entendo porque as pessoas sentem como se estivessem na intimidade da minha casa. É que eu me sinto assim quando faço postagens no blog. Mesmo quando os textos não são de minha autoria, eu passo bastante tempo, lendo e relendo, escolho a gravura para ilustração com todo cuidado.

Por isso esse espaço virtual é como a minha sala. Tudo é escolhido com muito carinho e eu gosto de receber os meus amigos no blog, assim como gosto de receber em casa para um chá ou café, com “conversa fiada”.

Para falar a verdade, hoje eu receberia vocês com um café bem forte, daqueles que servem para pintar paredes... É que o meu corpo está clamando por cafeína... Mas cheguei tão cansada que não tive ânimo de preparar o “meu pretinho básico”... Só consegui ir até à geladeira e pegar dois caquis, os quais devorei, quase sem pensar, na tentativa de aplacar o meu desejo incontrolável por doces. Mas foi em vão...

Bom, mas voltando a falar sobre o blog... Vocês devem ter reparado que existem muitos textos da Martha Madeiros. E eu aproveito para explicar a minha predileção pelos textos dela.

Fui “apresentada” à Martha Medeiros há alguns anos quando meu namorado me presenteou com um livro de crônicas de sua autoria. Eu já havia lido algumas coisas, mas me apaixonei mesmo ao ler o livro e desde então acompanho a coluna dela no Jornal Zero Hora.

Para quem não a conhece, Martha é uma jornalista gaúcha, inteligente, antenada, sensível, culta, talentosa.

Autora de vários livros, inclusive do livro Divã que deu origem ao filme que entrará em cartaz por esses dias... Aliás, não deixem de ver!!! O filme é com o Gianechini e o José Mayer...

Martha é o retrato da mulher moderna, que preza a independência, mas que não abre mão da feminilidade. Enfim, Martha é tudo de bom!!!

Eu me identifico tanto com os textos, crônicas e poemas dela, que as vezes penso: Caramba, parece que fui eu que escrevi!!!

Ontem mesmo eu encontrei um texto da Martha que falava sobre um tema que já postei no blog: “Mulheres que amam de mais”... E eu me surpreendi que tratamos o mesmo assunto, com o mesmo enfoque... Mas ela é uma profissional, uma jornalista... e eu sou apenas uma apaixonada pelo assunto...

Pois é... agora vocês já sabe o porquê de tantos poemas e crônicas da Martha Medeiros no blog... Quero apenas dividir com vocês o prazer de uma leitura inteligente e edificante.

Então, aproveitem essa nossa sala virtual... Sentem comigo no meu sofá, desfiado mas aconchegante, pois eu adoro receber os amigos!!!

Yes, we can


“... Ainda desejamos provar para o mundo que yes, we can.

Claro que as mulheres podem tudo, está sacramentado.

Mas será que devemos querer tudo? Onde foi parar nosso critério de seleção?

Já não sabemos distinguir o que é prioridade e o que pode ficar em segundo plano: tudo virou prioridade.

E só uma mulher supersônica consegue ter eficiência absoluta em todos os quesitos: melhor mãe, melhor amiga, melhor filha, melhor namorada, melhor esposa, melhor profissional, melhor dona-de-casa e melhor bunda. É morte por exaustão na certa.

Eu proponho, nesse Dia Internacional das Mulheres, que a gente dê uma folga para nós mesmas. Vamos mudar de assunto.

Que se pare de falar de mulheres que conseguiram engravidar aos 57 anos, que perderam 30 quilos em duas semanas, que beijaram 28 caras em duas noites de carnaval, que aprenderam a ganhar dinheiro sem sair de casa, que visitaram 46 países nos últimos dez anos, que sobreviveram a tragédias, que conseguiram domar as melenas, que são executivas completas, que possuem duas centenas de sapatos, que três semanas depois de separar já estão felizes nos braços de outro, que preparam um risoto de funghi em dez minutos, que têm disposição para rolar no chão com os filhos, que assistiram todos os filmes em cartaz, que aparentam ter 15 anos menos, que exibem uma barriga de tanquinho um mês depois de parir, que lembram trechos dos clássicos que leram na época da faculdade, que superaram traumas, que arranjam tempo para fazer pilates, ioga, musculação e drenagem linfática.

Dá orgulho, eu sei, mas é uma competência e uma autopromoção que beira o irreal.

Estou com saudade de ler e ouvir sobre as adoráveis qualidades dos homens.

Eles merecem voltar a ser valorizados.

Isso ajudaria a reduzir nosso estresse e a nos dar uma situada. Com menos holofotes, deixaremos de nos cobrar tanto e recuperaremos um pouco da paz de nossas avós.”

Martha Medeiros, 8 de março de 2009.

Mulheres Cibernéticas


Outro dia, a Adriane Galisteu deu uma entrevista dizendo que os homens não querem namorar as mulheres que são símbolos sexuais. É isto mesmo!!!

Quem ousa namorar a Feiticeira ou a Tiazinha?

Essas mulheres não são para amar; são para "ver".

Que nos prometem elas, com suas formas perfeitas por anabolizantes e silicones?
Prometem-nos um prazer impossível, um orgasmo metafísico, para o qual os homens não estão preparados...

Essas mulheres dançam frenéticas na TV, com bundas cada vez mais malhadas, com seios imensos, girando em cima de garrafas, enquanto os pênis-espectadores se sentem apavorados e murchos diante de tanta gostosura.

Os machos estão com medo das "mulheres-liquidificador".

O modelo da mulher de hoje, que nossas filhas ou irmãs almejam ser (meu Deus!), é a prostituta transcendental, a mulher-robô, a "Valentina", a "Barbarela", a máquina-de-prazer sem alma, turbinas de amor com um hiperatômico tesão.

Que parceiros estão sendo criados para estas pós-mulheres? Não os há.

Os "malhados", os "turbinados" geralmente são bofes-gay, filhos do mesmo narcisismo de mercado que as criou.

Ou, então, reprodutores como o Zafir, para o Robô-Xuxa.
A atual "revolução da vulgaridade", regada a pagode, parece "libertar" as mulheres.
Ilusão à toa.

A "libertação da mulher" numa sociedade escravista como a nossa deu nisso:

Superobjetos. Se achando livres, mas aprisionadas numa exterioridade corporal que apenas esconde pobres meninas famintas de amor, carinho e dinheiro.

São escravas aparentemente alforriadas numa grande senzala sem grades.

Mas, diante delas, o homem normal tem medo.

Elas são "areia demais para qualquer caminhãozinho".

Por outro lado, o sistema que as criou enfraquece os homens.

Eles vivem nervosos e fragilizados com seus pintinhos trêmulos, decadentes, a meia-bomba, ejaculando precocemente, puxando sacos, lambendo botas, engolindo sapos, sem o antigo charme "jamesbondiano" dos anos 60.

Não há mais o grande "conquistador".

Temos apenas os "fazendeiros de bundas" como o Huck, enquanto a maioria virou uma multidão de voyeur, babando por deusas impossíveis.

Ah, que saudades dos tempos das bundinhas e peitinhos "normais" e "disponíveis"...

Pois bem, com certeza a televisão tem criado "sonhos de consumo" descritos tão bem pela língua ferrenha do Jabor (eu).

Mas ainda existem mulheres de verdade.

Mulheres que sabem se valorizar e valorizar o que tem, o seu trabalho.

E, acima de tudo, mulheres com quem se possa discutir um gosto pela música, pela cultura, pela família, sem medo de parecer um "chato" ou um "cara metido a intelectual".

Mulheres que sabem valorizar uma simples atitude, rara nos homens de hoje, como abrir a porta do carro para elas.

Mulheres que adoram receber cartas, bilhetinhos (ou e-mails) românticos!!

Escutar no som do carro, aquela fitinha velha dos Bee Gees ou um cd do Kenny G (parece meio breguinha)...mas é tão boooom namorar escutando estas musiquinhas tranquilas!!!

Penso que hoje, num encontro de um "Turbinado" com uma "Saradona" o papo deve ser do tipo:

-"meu"... o meu professor falou que posso disputar o Iron Man que vou ganhar fácil!."
-"Ah "meu"..o meu personal Trainner disse que estou com os glúteos bem em forma e que nunca vou precisar de plástica".

E a música???
Só se for o "último sucesso (????)" dos Travessos ou "Chama-chuva..." e o "Vai serginho"???...

Mulheres do meu Brasil Varonil!!! Não deixem que criem estereótipos!!
Não comprem o cinto de modelar da Feiticeira.

A mulher brasileira é linda por natureza!!

Curta seu corpo de acordo com sua idade, silicone é coisa de americana que não possui a felicidade de ter um corpo esculpido por Deus e bonito por natureza.

E se os seus namorados e maridos pedirem para vocês "malharem" e ficarem iguais à
Feiticeira, fiquem... igual a feiticeira dos seriados de Tv:

Façam-os sumirem da sua vida!

Arnaldo Jabor