terça-feira, 28 de julho de 2009

Agora me diz, o que faz você feliz???



"O que faz você feliz?
A lua, a praia, o mar
Uma rua, passear
Um doce, uma dança, um beijo
Ou goiabada com queijo

Afinal, o que faz você feliz?

Chocolate, paixão, dormir cedo, acordar tarde
Arroz com feijão, matar a saudade
O aumento, a casa, o carro que você sempre quis
Ou são os sonhos que te fazem feliz?

Dormir na rede, matar a sede
Ler ou viver um romance
O que faz você feliz?

Um lápis, uma letra, uma conversa boa
Um cafuné, café com leite, rir a toa
Um pássaro, um parque, um chafariz
Ou será o choro que te faz feliz?

A pausa para pensar
Sentir o vento, esquecer o tempo
O céu, o sol, um som
A pessoa, ou o lugar?

Agora me diz, o que faz você feliz?"

Eu amo esse texto que o Arnaldo Antunes fez para a Campanha publicitária do grupo Pão de Açúcar !!!

Sempre gostei de cultuar pequenos prazeres que me deixam extremamente feliz...
Na semana passada estava pensando sobre isso ao ler um livro sobre anjos que acabara de adquirir: Como é gostoso ler um bom livro!!! E assistir um filme antigo??? Que delícia é assitir novamente ao filme O Pássaro Azul... aquele com Shirley Temple, que passava na Sessão da Tarde quando éramos crianças...

Agora me diz, o que faz você feliz???


São tantos os meus pequenos prazeres... O despertar de um novo dia, dar cheirinho na minha filha, chegar mais cedo do trabalho, chupar picolé de tapioca, descer as escadas da academia depois de malhar por duas horas, acariciar minhas gatas, inventar um novo prato, receber os amigos em casa... Simplesmente deitar a noite e no silêncio do quarto agradecer a Deus por mais um dia.

"Agora me diz, o que faz você feliz???

Aquela comida caseira
Arroz com feijão, brincar a tarde inteira
O molho do macarrão
Ou é o cheiro da cebola fritando que faz você feliz?

O papo com a vizinha
O bife, a batatinha
A goiabada com queijo
Um doce ou um desejo

Afinal, o que faz você feliz???"

Muitas vezes pecamos por valorizar somente os "grandes momentos" as "viagens inesquecíveis", e esquecemos que a felicidade consiste em atravessar desertos a fora sendo capaz de encontrar oásis em pequenos prazeres.

"Agora me diz, o que faz você feliz???

Ficar de bobeira
Assaltar a geladeira
Comer frango com a mão
Tomar água na garrafa
Passar azeite no pão
Ou é namorar a noite inteira que faz você feliz?

Rir e brindar à toa
Um filme, uma conversa boa
Fazer um dia normal virar uma noite especial

Afinal, o que faz você feliz???"

Mário Quintana, poeta que amo de montão, escreveu o seguinte, do alto de sua sabedoria:

"Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade."

Agora me diz, o que faz você feliz???

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A História das Nossas Calcinhas


Diariamente, modelos e atrizes do mundo todo são alvos de câmeras indiscretas ávidas por imagens de suas calcinhas – ou da ausência delas, o que costuma fazer um sucesso ainda maior. Esse interesse pelas roupas íntimas alheias revela o significado atual dessas nada inocentes peças do vestuário feminino. Cobiçadas por mulheres e marmanjos (ainda que por motivos diferentes) e com uma variedade de modelos, cores e tamanhos que atende a todos os gostos e ocasiões, as lingeries movimentam a imaginação e o mercado.

Fica difícil acreditar que esses "objetos do desejo" um dia já foram "objetos do desprezo", conforme conta o recém-lançado livro Por baixo do pano, da historiadora de moda inglesa Rosemary Hawthorne. "Ao escrever sobre a história das calcinhas, sem perceber, eu estava mapeando a história social da mulher ocidental e descrevendo não só o progresso de suas roupas de baixo, mas o progresso das próprias mulheres", diz Rosemary. Ela conta que, até o século XVIII, os calções, ou ceroulas, eram peças exclusivas do guarda-roupa masculino e as mulheres que ousassem usá-los eram consideradas "criaturas libertinas e de moral duvidosa". Naquela época, as moças sérias deixavam suas partes baixas livres, leves e soltas. Por baixo dos enormes e pesados vestidos, bastavam uma ou duas anáguas, o corpete e uma camisola de linho diretamente sobre a pele.

Foi somente por volta de 1800 que surgiram na França os modelos femininos, ancestrais da sensual calcinha contemporânea. Produtos da Revolução de 1789, que simplificou o vestuário da Europa inteira, os calções ou pantaloons vieram para, digamos, diminuir a ventilação por debaixo dos agora mais leves e sensuais vestidos. É perfeitamente compreensível o fato de não terem entusiasmado as moçoilas da época.Com comprimento abaixo dos joelhos ou até os tornozelos e, para piorar, feitos de um tecido “cor de carne”, estavam longe de qualquer ideal estético.

Se a França deu às calcinhas a chance de entrar para a história da moda, foi na Inglaterra, durante o recatado período vitoriano (1837-1901), que elas entraram definitivamente para o guarda-roupa das mulheres de poder aquisitivo – os altos preços surgiram então e, como se sabe, permanecem. Os moralistas vitorianos elevaram as calçolas femininas ao patamar máximo de qualidade, mas preferiam não tocar nesse assunto. Falar sobre roupas íntimas era tabu, pois elas evocavam lembranças embaraçosas sobre detalhes anatômicos. Nas lojas, a seção de lingeries ficava escondida, e nos anúncios publicados em revistas as calçolas apareciam monotonamente dobradas em prateleiras.

As mulheres do século XIX ficariam coradas se vissem nossas tanguinhas coloridas, estampadas, rendadas etc. "A simplicidade das calcinhas fazia sentido em uma época em que as mulheres não mostravam seu corpo nem para os maridos", diz a historiadora de moda Miti Shitara, professora da faculdade Santa Marcelina. Isso valia para o mundo todo? "A Europa sempre foi o centro da moda. O que era usado na Europa também era no Brasil, inclusive a moda íntima", afirma Miti.

Foi somente depois da Primeira Guerra Mundial, na década de 1920, que as calcinhas começaram a ficar mais parecidas com as que conhecemos (com as calçolas da vovó, é claro). As mudanças ocorridas nos quatro anos de conflito marcaram o nascimento da mulher moderna, que agora exibia mais do corpo. Com a barra das saias na altura dos joelhos, as melindrosas dançavam o charleston e revelavam as dimensões reduzidas de suas roupas íntimas. Nada que se compare à ousadia das mulheres emancipadas da década de 1970, com suas calcinhas de cintura baixa, acompanhando os jeans saint-tropez. Nessa época, com o desenvolvimento da indústria têxtil e a fabricação de modelos adaptados ao corpo das brasileiras, a moda íntima nacional se desvinculou da Europa. E continuou assim.

Enquanto europeias e americanas são adeptas do fio dental e da calçola – que usamos de vez em quando, as primeiras em momentos especiais e as outras em semanas necessárias –, ficamos com o meio termo. "A brasileira gosta de tanga de náilon, o carro-chefe de todas as empresas de lingeries no país", diz a empresária Indhira Pêra, diretora do maior salão de moda íntima da América Latina. "As mulheres querem conforto e sensualidade na mesma peça, pois saem para trabalhar de dia e querem estar preparadas, se precisarem, à noite", afirma. Nesse caso, melhor fugir das brochantes calcinhas beges, cor preferida das brasileiras, ao lado das brancas, pretas e vermelhas.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Abraços...


Abraços acontecem quando um único corpo não pode suportar a intensidade que é a vida. Dai, a gente se empresta para o outro, se abraça para que o corpo fique maior, mais forte e a vida possa acontecer.

O silêncio do macho


Lí esse texto e amei, pois encerra muitas verdades sobre o papel masculino na sociedade, sobre o quanto eles estão perdidos no desempenho desse papel, e o quanto nós mulheres somos contraditórias em nossas cobranças e sobre o que esperamos deles.

O texto foi por Eliane Brum, Repórter especial de ÉPOCA. Ela integra a equipe da revista desde 2000. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de Jornalismo. É autora de A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo)


"O sociólogo francês Daniel Welzer-Lang está no Brasil para falar de seu novo livro, ainda sem tradução para o português. Nous, les mecs poderia ser traduzido como “Nós, os machos” ou “Nós, os caras”. Nele, o sociólogo, professor titular do departamento de Sociologia e pesquisador do Laboratório Interdisciplinar Solidariedades, Sociedades, Territórios, da Universidade de Toulouse II, fala sobre algo crucial do nosso tempo. Estudioso da masculinidade e da violência, Welzer-Lang diz: “Nós estamos vivendo, hoje, uma época paradoxal: nunca antes as mulheres, ainda submetidas a formas variadas de dominação masculina, falaram, discutiram e contestaram tanto. Nunca antes os gays, lésbicas e bissexuais abordaram tanto seus modos de vida. Entretanto, os homens continuam em silêncio”. Welzer-Lang cita o sociólogo canadense Marc Chabot: “A palavra dos homens é o silêncio”.

O que é ser homem, hoje? Pergunta difícil. O lugar do homem no mundo contemporâneo é uma excelente pergunta ainda com poucas respostas. Provavelmente porque a crise da masculinidade levará não a um modelo fechado, mas a múltiplas possibilidades. No espaço público e privado, os homens pouco debatem suas dores, muito se debatem com as fronteiras difusas do seu papel. Tenho observado a trajetória errática de amigos e conhecidos, tentando entender o que o mundo – e as mulheres – espera deles. E sem coragem de fazer uma pergunta mais perigosa, que vai doer mais, mas talvez os leve para um lugar no qual possam se reconhecer: qual é o meu desejo?

Perguntar sobre o que somos é sempre uma indagação sobre o desejo. Penso que os homens heterossexuais têm se perguntado muito pouco sobre seu desejo. Quase como se não tivessem direito à pergunta, menos ainda à resposta. É como se, culpados por séculos de opressão das mulheres e igualmente condenados por séculos de afirmação homofóbica, não tivessem direito a querer nada. É a vez das mulheres, dos gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros pronunciarem o seu desejo – e quanto mais alto melhor. Aos homens heterossexuais coube introjetar um “cale-se, vocês já falaram durante séculos”. Resta a eles o silêncio.

Voltam-se então para o que nós, as mulheres héteros, cada vez mais verborrágicas, esperamos deles. E nós, também tão confusas sobre o que esperar de nós mesmas, diante de tantos imperativos à altura apenas de super-heroínas, os enlouquecemos. O “homem novo” seria uma mistura de ursinho puff com godzilla (meigo, mas com pegada). Potente, mas voltado apenas para a satisfação do nosso desejo, ele teria de alcançar, nos confins do nosso corpo, pontos nebulosos cada vez mais avançados no alfabeto.

O “homem novo” deve ser sensível, mas se “falhar” no sexo, algumas de nós contarão do “fracasso” para a amiga com secreta satisfação no dia seguinte. E ele nunca mais será olhado com o mesmo respeito. Enchemos a boca para falar de nossa carreira, de nossa independência e do dinheiro que ganhamos, mas não estamos muito dispostas a sustentar um marido desempregado ou num mau momento profissional, sem considerá-lo um loser. Reservamos epítetos machistas para as ex-mulheres de nossos homens, e muitas de nós competem com as filhas desses casamentos como se disputássemos o mesmo lugar.

Saiba mais

* »Leia as colunas anteriores de Eliane Brum

Por outro lado, esperamos que eles sejam os pais de nossos filhos, quando soar o alarme dos 30 e poucos, mas também podemos reduzi-los a um espermatozóide anônimo num banco de esperma, se for necessário. E se eles não quiserem ter filhos, uma escolha legítima nos dias de hoje, pelo menos para nós, no caso deles é porque não cresceram, seguem estacionados na adolescência e, de novo, não conseguiram tornar-se homens.

Esse comportamento não é circunscrito às mulheres de classe média. Tenho observado e conversado com mulheres pelas periferias de São Paulo. Muitas sustentam a casa, criam os filhos e não sabem bem para que serve o homem dentro de casa. Algumas parecem manter os maridos por uma crença de que é importante, ainda que devido a um certo status na comunidade, ter um. Mas não têm muita esperança de descobrir para que mais servem. E falam deles com um desprezo acachapante.

No mesmo sentido, basta ir a qualquer bairro de periferia de uma grande cidade, para descobrir que as mulheres não estão em casa durante o dia, mas muitos homens sim. E para não assumir o território ainda tabu do lar, ficam pelos bares, pelas ruas, se alcoolizando ou se drogando. Ou arrumando briga, a violência como um espaço que ainda reconhecem como seu. Sem trabalho, sem perspectiva, sem lugar. E sem conseguir verbalizar essa dor, menos ainda elaborá-la.

Se perguntarem a nós, mulheres-alfa (!!!?), o que esperamos do novo homem, machos de todas as classes sociais vão descobrir que é muito mais fácil passar por um ritual de virilidade de alguma tribo indígena. Ou matar um lobo numa caverna, como fez Leônidas, o rei de Esparta, no filme 300. Aliás, num mundo em que todos os rituais e os privilégios do macho foram eliminados ou estão sub judice, como se reconhecer? Como não silenciar diante do barulho dos “dominados”, que invocam o direito de igualdade? Como saber o que é um homem se não é preciso mais de um nem para fazer um filho?

Em uma entrevista ao Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM), uma das entidades que o trouxe ao Brasil, Welzer-Lang diz, com muita lucidez: “Nós somos socializados, enquanto dominantes, na luta para ver quem é o melhor, o mais forte. Mas também somos socializados de maneira homofóbica e vistos como ‘os grandes incapazes afetivos’. É tempo de os héteros fazerem também seu coming out, falarem da pluralidade de seus desejos e de suas práticas”.

Sou otimista. Acredito que essa profunda crise do masculino levará a homens muito mais livres em suas possibilidades. E penso que cabe a nós, mulheres, suspender um pouco a nossa verborragia tão perto da histeria e escutar com mais generosidade nossos parceiros. Escutar sem os preconceitos dos tantos papéis que assumimos – e dos tantos que impingimos a eles. Escutar é talvez o mais profundo ato de amor. E é sempre um começo sedutor para um encontro entre corpos com alma.

Os homens não são os únicos a bater cabeça por aí. Também nós sofremos e nos confundimos o tempo todo. Assim como continua não sendo fácil ser gay, lésbica ou transgênero. Mas acho que hoje é mais difícil para um homem saber o que é, qual é o seu lugar e qual é o seu desejo. Penso que são os homens heterossexuais que hoje vivem um grau variado de repressão. E, diante de demandas tão contraditórias, sofrem sem ousar perguntar qual é o seu desejo. A esses homens, sugiro suspender por um tempo a questão do que nós, mulheres, esperamos de vocês – e passar a perguntar o que querem de si, para si."


Eliane Brum

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Nem Madonna pode!!!



De todas as futilidades da vida a que mais me angustia é a consistência do meu tríceps, aquele músculo situado na região posterior do braço, que faz questão de permanecer molinho apesar de todos os esforços dispensados a ele.
Mas sabe o que eu descobrí??? Nem Madonna pode dar tchau impunemente!!!
Logo ela que é fissurada em malhação - malha duas horas diárias, seis vezes por semana!!!
A cantora foi acompanhada do namorado brasileiro Jesus Luz a uma jantar organizado em Milão pelos estilistas da grife Dolce e Gabanna em sua homenagem. Madonna curtiu a noite ao lado de amigos e equipe, depois de se apresentar na cidade, mas mostrou um braço flácido bem na hora em que deu um tchauzinho.
As revistas disseram que ela deixara a mostra "the bingo wings"... Não sei o que vem a ser "bingo wings", mas isso que ela mostrou, na minha opinião, está mais para bat wings...
O fato é que Rainha do Pop também sofre com o tríceps, como nós, simples mortais!!!

domingo, 12 de julho de 2009

O amor não acaba, nós é que mudamos


Um homem e uma mulher vivem uma intensa relação de amor, e depois de alguns anos se separam, cada um vai em busca do próprio caminho, saem do raio de visão um do outro. Que fim levou aquele sentimento? O amor realmente acaba?

O que acaba são algumas de nossas expectativas e desejos, que são subtituídos por outros no decorrer da vida. As pessoas não mudam na sua essência, mas mudam muito de sonhos, mudam de pontos de vista e de necessidades, principalmente de necessidades. O amor costuma ser amoldado à nossa carência de envolvimento afetivo, porém essa carência não é estática, ela se modifica à medida que vamos tendo novas experiências, à medida que vamos aprendendo com as dores, com os remorsos e com nossos erros todos. O amor se mantém o mesmo apenas para aqueles que se mantém os mesmos.

Se nada muda dentro de você, o amor que você sente, ou que você sofre, também não muda. Amores eternos só existem para dois grupos de pessoas. O primeiro é formado por aqueles que se recusam a experimentar a vida, para aqueles que não querem investigar mais nada sobre si mesmo, estão contentes com o que estabeleceram como verdade numa determinada época e seguem com esta verdade até os 120 anos. O outro grupo é o dos sortudos: aqueles que amam alguém, e mesmo tendo evoluído com o tempo, descobrem que o parceiro também evoluiu, e essa evolução se deu com a mesma intensidade e seguiu na mesma direção. Sendo assim, conseguem renovar o amor, pois a renovação particular de cada um foi tão parecida que não gerou conflito.

O amor não acaba. O amor apenas sai do centro das nossas atenções. O tempo desenvolve nossas defesas, nos oferece outras possibilidades e a gente avança porque é da natureza humana avançar. Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice. Paixão termina, amor não. Amor é aquilo que a gente deixa ocupar todos os nossos espaços, enquanto for bem-vindo, e que transferimos para o quartinho dos fundos quando não funciona mais, mas que nunca expulsamos definitivamente de casa.

(Martha Medeiros)

Mostre que você se importa...



Michael Jackson não foi meu ídolo. Sou da geração que ouviu Michael, mas suas músicas não me embalaram e nem fizeram parte da trilha sonora da minha vida. Para falar a verdade, nem seu jeito de dançar e se movimentar me encantavam.

Meu gosto sempre andou meio na contramão da maioria, e sinto até um pouco de orgulho disso. Nasci no início da década de 70. Meu irmão com idade mais próxima à minha é 11 anos mais velho, e sempre funcionou como uma espécie de mentor, lider cultural, alguém que valia a pena seguir; e ele ouvia Beatles, A Cor do Som, 14 Bis, Lô Borges, Paulinho Pedra Azul, Belchior, Gonzaguinha... portanto, esses foram os meus ídolos na adolescência.

As músicas de Michael Jackson que eu realmente gosto posso contar nos dedos de uma só mão: Ben, Human Nature, Heal the World, Will be there, The Man, Say, say, say, The Girl Is Mine... Ben, a primeira, é uma música romântica dedicada a um ratinho, o que segundo a minha irmã já era um prenúncio das maluquices dele, as três últimas foram feitas em parceria com Paul McCartney.

Mas a morte de michael Jackson me comoveu... Ou melhor, a sua triste e curta passagem por essa vida me comoveu... Por que ele era uma pessoa tão triste??? Por que tomava tantos remédios??? Por que nunca se aceitou??? Por que ele teve de se deformar ao longo da vida??? Menino bonito que era, por que levou à loucura sua vontade de parecer mulher - e, ainda por cima, mulher branca???

Muitos atribuem as suas bizarrices a Joe Jackson, o pai maluco com cara de Irmão Metralha. Segundo o próprio Michael, quando ele ainda era criança o pai o obrigava a ensaiar até a exaustão, e ainda o surrava e o insultava com comentários grotescos sobre a sua aparência fazendo com que a auto estima do garoto fosse parar debaixo da unha do dedão do pé.

Mas eu não me contento muito com essas "teorias prontinhas" que a mídia vende e que todos devoram como lazanha congelada vendida em supermercado.

Que o patriarca Joe Jackson, é um maluco de carteirinha, além de ser dotado de um grande senso de oportunidade, isso é óbvio. Mas eu me pergunto, mais uma vez na contramão da maioria, será que Michael Jackson seria o ídolo que foi caso não existisse a cobrança do pai Joe Jackson??? Quanto das bizarrices e maluquices de Michael podem ser atribuidas ao seu pai??? E quanto do ídolo???

Michael Jackson era amado por seus fãs, mas no fundo era uma pobre criatura atormentada e infeliz. E isso ficou mais claro ainda depois que prestei atenção à letra de uma de suas músicas, por coincidência uma das que eu mais gosto: Will You Be There. Cheguei à conclusão de que mais importante do que amar uma pessoa é você mostrar que se importa verdadeiramente com ela.

"Me abrace
Como o Rio Jordão
E então vou te falar
Você é meu amigo

Me carregue
Como se fosse meu irmão
Me ame como se fosse uma mãe
Você vai estar la?

Quando cansado
Diga se você vai me abraçar
Quando errado, você vai me moldar?
Quando perdido, você vai me achar?

Mas eles me disseram
Que um homem deve ser fiel
E andar quando não puder
E lutar até o fim
Mas sou apenas humano

Todo mundo está tomando controle de mim
Parece que o mundo tem um papel pra mim
Estou tão confuso, você pode me mostrar
Você vai estar la pra mim
E se importar o suficiente pra me aguentar

Me segure
Deite sua cabeça
Devagar e então ousadamente
Me carregue até la

Me segure
Me ame e me alimente
Me beije e me liberte
Vou me sentir abençoado

Carregue
Me carregue com coragem
Me levante devagar
Me carregue até la

Me salve
Me cure e me banhe
Devagar você me diz
Eu vou estar la

Me levante
Me levante devagar
Me carregue com coragem
Mostre que você se importa

Me segure
Deite sua cabeça
Devagar e então ousadamente
Me carregue até la

Precise de mim
Me ame e me alimente
Me beije e me liberte
Vou me sentir abençoado

Em nosso momento mais escuro
Em meu desespero mais profundo
Você ainda vai se importar?
Você vai estar la?
Em meus julgamentos e tribulações
Em nossas dúvidas e frustrações
Em minha violência
Em minha turbulência
Por meus medos e confissões
Minha angustia e minha dor
Minha alegria e meu sofrimento
Na promessa de um outro amanhã
Nunca te deixarei partir
Porque você está sempre em meu coração"

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A Morte Inventada


Um crime silencioso acontece dentro dos lares brasileiros. Frequente, porém sutil, muitas vezes está disfarçado de amor e cuidados. Na maior parte das vezes, é cometido por mães, seres santificados pela sociedade e pela Justiça, mas que podem se transformar em criaturas levianas e egoístas quando se transforam em… ex-mulheres.

Quem não tem um familiar ou amigo que está sendo afastado de seu filho após a separação??? Quem não ouviu as histórias mais escabrosas sobre pais divorciados que ganham cabelos brancos brigando na Justiça por um pernoite com suas crianças??? Quem não sentou na mesa de bar com um amigo que luta para poder ser um pai de verdade e ficou até de madrugada ouvindo seu desabafo de homem amargo, confuso e, principalmente, impotente???

Eu coleciono tais histórias entre amigos e conhecidos. Um deles passou o último aniversário do filho rodando em todos os endereços em que ele poderia estar - o da mãe, dos avós maternos, de parentes. Em vão. Ninguém atendeu o interfone ou lhe deu informação decente. Não conseguiu dizer parabéns. Outro batalha para conseguir atenção da filha adolescente, que se sente traída e abandonada, seguindo a cartilha da mãe.

Esses homens devem alguma coisa a alguém??? Acredito que não... Trabalham, pagam suas contas - e as do filho!!! Deles foi cobrada participação quando eram casados. Trocaram fraldas, passaram noites acordados, seguindo a cartilha do novo pai. Por que agora se transformaram em cidadãos sem direitos aos olhos das ex-mulheres???

A frase: "Papai, eu não quero ir com você..." Seria verdade??? Ou apenas um conflito de fidelidade da criança, diante do comportamento e das posições da mãe???

Mas um projeto prestes a ser aprovado na Comissão de Seguridade Social da Câmara quer dar a partida para acabar com este crime, que leva o nome de Síndrome da Alienação Parental. A primeira vez que ouvir falar desse projeto de lei foi em um encontro do Instituto Brasileiro de Direito de Família (Ibdfam)para profissionais do Direito realizado aqui em Vitória no ano passado.
Caso seja aprovado, quando ficar caracterizado que o filho é levado pelo familiar que tem a guarda a se afastar do outro depois da separação, aquele que detém a guarda será penalizado com a perda da guarda ou até 6 a 24 meses de prisão.

Exagero para o que pode ser apenas um "probleminha doméstico"??? Eu não acho, nunca achei e acho menos ainda depois que vi o documentário A Morte Inventada, do diretor Alan Minas, que desde abril está correndo o país em pequenas salas de exibição, mostrando como tal comportamento pode comprometer emocionalmente a vida dos filhos, causando dor e todo tipo de problema psicológico.

No filme, vemos relatos de pais afastados de seus filhos, sofrendo com a perda do contato - que pode ser irreversível no caso de crianças pequenas - e com a morosidade e o conservadorismo da Justiça. Outros de jovens adultos que passaram a infância e a adolescência "alienados" de seus pais e hoje já conseguem perceber os mecanismos sutis que os forçavam a compactuar com as atitudes da mãe ressentida. Um dos casos chega ao extremo do pai e do avô serem acusado pela mãe de abusar sexualmente da criança. Quando uma denúncia dessas acontece, com ou sem indícios, o afastamento é imediato - o pai que prove sua inocência, correndo o risco de, até lá, perder totalmente a cumplicidade com o filho ou filha.

Se falo aqui especificamente de mães é por uma questão ao mesmo tempo estatística e testemunhal: em 95% dos casos de separação, a guarda é da mãe. E têm sido sempre elas as vilãs dessas histórias.

Sei que cada história é uma história e não é algo fácil ter as expectativas de felicidade eterna destruídas. Mas acho que ser mãe solteira e ter lutado inutilmente durante anos para que o pai da minha filha fizesse parte, de alguma maneira, da vida dela, me dá um mínimo de autoridade para falar no assunto...

No meu caso em particular, se houve alienação parental, foi o pai que alienou o sagrado direito de participar do crescimento da filha... Eu sempre pensei ser importante para minha filha, mesmo sem ter existido um casamento que me unisse ao seu pai, a participação dele em todos os aspéctos de sua vida. É justamente isso o que essas mães não vêem. Ao usar as crianças como arma contra o pai delas, acham que os atingidos são seus ex-maridos. Enganam-se. Pois são seus queridos e amados filhos, aqueles sobre quem elas derramam seus argumentos raivosos, que são as verdadeiras vítimas disso tudo.

Tambem já tive amigas do outro lado... Seus argumentos não se sustentavam. "Mas ele nunca foi pai de verdade, nunca fez nada!!! Por que agora quer ficar com o garoto???", me disse uma delas. Porque eles - pai e filho - têm direito. Simples assim...
Sem contar que nunca é tarde para ser bom pai ou boa mãe. Nunca é tarde para estreitar laços.

A Síndrome da Alienação Parental não é um problema novo. O termo foi criado e ganhou dimensão a partir da década de 80. Mas com o aumento dos divórcios, que quadruplicaram nos últimos dez anos, esta passou a ser a triste realidade de um número muito maior de crianças. A síndrome, que é considerada uma forma de abuso emocional, pode causar a elas sentimento crônico de culpa, depressão crônica, comportamento hostil e transtornos de identidade.

O projeto foi idealizado pelo juiz do trabalho Elizio Luiz Perez, apoiado pelo Instituto Brasileiro de Direito de Família (Ibdfam), e levado à Câmara pelo deputado Régis de Oliveira (PSC-SP). Está caminhando bem pelas comissões e, pelo que ouví, deverá ser aprovado sem maiores dificuldades.

Mas fiquei pensando como tal crime silencioso poderá ser comprovado, para que haja a devida penalização. Como reunir provas concretas do que ocorre dentro dos lares, sem testemunhas, e muitas vezes até sem palavras???

De acordo com a proposta, uma vez acontecendo a denúncia, a Justiça deverá determinar que uma equipe multidiscplinar, formada por educadores e psicólogos, para ouvir familiares, testemunhas e a própria criança ou adolescente. Por mais que seja difícil comprovar, já é um belo passo. "O Judiciário tende a ser conservador ao tratar do assunto. O projeto busca dar aos juízes e promotores ferramentas mais adequadas, criando definições e um ordenamento jurídico para lidar com o tema", afirma Elizio Peres.

Abaixo, transcrevo o que o projeto determina como formas de alienação parental e ainda um link do site onde você poderá assistir ao trailer do filme A Morte Inventada:

- realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade;

- dificultar o exercício do poder familiar;

- dificultar contato da criança com o outro genitor;

- apresentar falsa denúncia contra o outro genitor para dificultar seu convívio com a criança;

- omitir deliberadamente do outro genitor informações pessoais relevantes sobre a criança, inclusive informações escolares, médicas e alterações de endereço;

- mudar de domicílio para locais distantes, sem justificativa, visando dificultar a convivência com o outro genitor.

http://www.amorteinventada.com.br/portugues.html

O sono dos amantes


Um artigo publicado na edição de junho da revista americana Sleep revela que a má qualidade de sono prejudica o relacionamento a dois. E que o relacionamento a dois, por sua vez, pode prejudicar o sono. Vou explicar:

O estudo foi feito por psicólogos da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, com 29 casais heterossexuais que dividem diariamente a mesma cama e não têm filhos. Não preciso nem explicar porque foram escolhidos casais sem filhos, né??? Quando tive a minha filha, depois da primeira noite em casa, pensei: Nunca mais terei uma noite de sono sem interrupções!!!

Mas vamos à pesquisa...

Fizeram uma espécie de diário de sono de cada uma dessas pessoas e colheram anotações feitas por eles sobre o dia-a-dia do relacionamento O resultado foi o que eles chamaram de "associação bidirecional" entre a qualidade do sono e a satisfação com a relação a dois - e com diferenças de gênero:

- Nos homens, uma noite mal dormida traz perturbações na vida conjugal no dia seguinte.
- Nas mulheres, são os desentendimentos durante o dia que se refletem em uma noite mal dormida.

E os pesquisadores chamam atenção para o seguinte: essas duas formas de ligação entre relacionamento e sono podem se retroalimentar e acabar causando uma crise conjugal.

Ou seja: mais do que nunca, a máxima de resolver conflitos antes de ir pra cama está valendo. E a este soma-se outro mandamento: se ele não dormiu bem à noite, nada de querer discutir a relação durante o dia. Com ele já impaciente por ter dormido mal, o resultado pode ser uma bela discussão…o que vai fazer com que você durma mal…E uma espiral de brigas se inicia.

Por mais que estes estudos sejam uma pouco simplistas, achei interessante...

Mas e quando a causa da noite mal dormida é justamente quem está ao lado???

Eu não ronco - tenho no máximo um ronronar suave.:)

É fato, porém, que alguns casais sofrem com os barulhos do parceiro de cama. Se o homem ronca , a mulher fica reclamando e não deixa ele dormir. No dia seguinte (seguindo os resultados da pesquisa), ele estará de mau humor e vai descontar nela que, chateada com a briga, não vai conseguir dormir direito e vai passar a madrugada toda se incomodando mais ainda com os roncos…Daí pro divórcio é um pulo, não?

Uma pesquisa feita nos Estados Unidos por uma associação de construtoras diz que, até 2015, 60% das novas moradias terão dois quartos principais para o casal dormir separado. O motivo seria manter a harmonia no casamento. Além do ronco, há quem se mexa muito, chute o outro ou goste de ver televisão na cama até tarde.
Eu acho isso horrível. Uma das melhores coisas do casamento é dormir junto.

E você, o que você acha???