Talvez vocês já tenham se envolvido com gente assim: um mistério insolúvel para si mesma. Uma alma atormentada. Um buraco negro emocional.
É impossível ignorá-las e parece impossível salvá-las de si mesmas. Movidos por nossos melhores sentimentos, ou pelo mero desejo, somos arrastados a um turbilhão que não é o nosso e rapidamente percebemos que é impossível contê-lo ou sobreviver em seu interior. Quando você descobre que o outro é um rio sem margem, o instinto de sobrevivência recomenda fugir. Quem fica tem histórias difíceis para contar.
A convivência com esses extremos ensina algumas coisas. Porém, a mais importante delas é a importância essencial da sanidade.
Os seres humanos diferem de incontáveis maneiras e suas neuroses se multiplicam na mesma proporção. Mas há, dentro de cada um de nós, uma espécie de termômetro que mede a loucura do outro. Se ela passar do limite aceitável pela tribo, ou por nós mesmos, algo dentro de nós berra e recua.
Muitos tivemos essa experiência.
Mas o pior acontece quando, antes de descobrir o pântano mental do outro, já estamos enredados. Aí fica mais difícil perceber e escapar da confusão. É custoso se desvencilhar de algo assim.
Por isso pessoas assim me fazem lembrar os buracos negros, em como eles arrastam para si tudo ao redor, como são fundamentalmente incompreensíveis e fascinantes, como representam perigo. As personalidades atormentadas, assim como os buracos negros, é melhor vê-las de longe, no tempo e no espaço, à distância segura de um telescópio.
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Ellen Cristina